ATA DA TRIGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 18-5-2005.

 

 

Aos dezoito dias do mês de maio de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Mario Fraga, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Gerson Almeida, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição de cópias das Atas da Trigésima Terceira e Trigésima Quarta Sessões Ordinárias, que deixaram de ser votadas, em face da inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes, o Pedido de Informações nº 126/05 (Processo nº 3075/05); pelo Vereador Adeli Sell, o Pedido de Providências nº 1037/05 (Processo nº 3068/05), os Pedidos de Informações nos 120 e 121/05 (Processos nos 2976 e 2977/05, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 142/05 (Processo nº 2965/05); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Pedido de Providências nº 1047/05 (Processo nº 3112/05), o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 012/05 (Processo nº 0126/05), o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 055/05 (Processo nº 1268/05), o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/05 (Processo nº 0121/05) e o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/05 (Processo nº 0125/05); pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 009/05 (Processo nº 3031/05) e o Projeto de Resolução nº 100/05 (Processo nº 3053/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 077 e 144/05 (Processos nos 1596 e 3089/05, respectivamente); pelo Vereador Luiz Braz, o Pedido de Providências nº 1046/05 (Processo nº 3100/05); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providências nos 1038, 1039, 1040 e 1041/05 (Processos nos 3083, 3084, 3085 e 3086/05, respectivamente) e o Pedido de Informações nº 127/05 (Processo nº 3088/05); pelo Vereador Mario Fraga, os Pedidos de Providências nos 1048 e 1049/05 (Processos nos 3120 e 3122/05, respectivamente); pela Vereadora Maristela Maffei, o Requerimento nº 151/05 (Processo nº 3164/05); pela Vereadora Maristela Meneghetti, o Pedido de Providências nº 1042/05 (Processo nº 3087/05); pela Vereadora Mônica Leal, o Projeto de Lei do Legislativo nº 064/05 (Processo nº 1380/05); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providências nos 1033, 1034, 1035 e 1036/05 (Processos nos 3054, 3056, 3057 e 3060/05, respectivamente) e o Pedido de Providências nº 124/05 (Processo nº 3059/05); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de Informações nº 125/05 (Processo nº 3065/05). Na ocasião, foram apregoados os Memorandos nos 104 e 106/05, firmados pelo Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa as Representações Externas deste Legislativo, respectivamente, do Vereador Márcio Bins Ely, no Grande Expediente Especial em Homenagem aos 130 anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul, às quatorze horas de hoje, no Palácio Farroupilha, e da Vereadora Maristela Maffei, na “Reunião/Seminário Nacional da Campanha pelo Direito à Aposentadoria das Donas-de-Casa”, hoje e amanhã, na Câmara dos Deputados, em Brasília – DF. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 10188499 e 10188547/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; Comunicado nº 54676/05, do Senhor José Henrique Paim Fernandes, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Luiz Eduardo de Almeida Flores, Presidente do Movimento dos Direitos dos Moradores de Rua, que discorreu acerca da situação dos moradores de rua em Porto Alegre e explicou o Projeto Vida Nova, que prevê a construção de moradias e de um galpão de reciclagem para essa parcela da população. Também, mencionou que pessoas qualificadas estão sem moradia devido à falta de empregos e cobrou apoio dos órgãos federais, estaduais e municipais em prol de melhoria nas condições de vida da população sem-teto. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Raul Carrion, José Ismael Heinen e Sofia Cavedon manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados à quatorze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 016 e 118/05, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib, Raul Carrion e Carlos Comassetto, 090/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Bernardino Vendruscolo, e 125/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Raul Carrion, o Projeto de Lei do Executivo nº 006/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 124/05, discutido pela Vereadora Manuela d'Ávila, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 019, 022 e 016/05, este discutido pelo Vereador Carlos Comassetto; em 4ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 007/05, discutido pelo Vereador João Antonio Dib. Na ocasião, foi apregoado Comunicado de autoria do Vereador Valdir Caetano, Líder da Bancada do Partido Liberal, informando que esse Partido não integrará a Comissão Especial de Políticas Públicas para Juventude. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia discorreu acerca dos problemas financeiros por que passam a TV Educativa e a Rádio FM Cultura, registrando sua participação em ato pela melhoria das condições de trabalho nessas emissoras. Nesse sentido, cobrou medidas do Governo Estadual que viabilizem o funcionamento da Fundação Cultural Piratini, mantenedora dessas empresas, convidando todos para ato público sobre o assunto, a ser realizado no próximo domingo, no Parque Farroupilha. O Vereador Carlos Todeschini fez um balanço do Programa de Orçamento Participativo em Porto Alegre, afirmando que o grande número de presenças nas reuniões desse Programa demonstra o vigor de uma iniciativa conquistada pela população da Cidade e representa uma das mais avançadas experiências de democracia participativa. Ainda, protestou contra a possibilidade de o Governo Estadual reduzir os recursos para investimento nos programas de Consulta Popular. O Vereador João Antonio Dib aprovou o modo como o Governo Municipal tem administrado as despesas com obras públicas, alegando a necessidade de que seja obedecida a legislação em vigor na destinação dos recursos municipais. Ainda, criticou depredações sofridas pela estátua do ex-Prefeito José Loureiro da Silva, sugerindo que a Prefeitura restaure e transfira esse monumento para as proximidades deste Legislativo, onde poderia ser melhor vigiado. A Vereadora Manuela d’Ávila discorreu sobre a tramitação na Casa, do Requerimento nº 003/05, de sua autoria, que propõe a constituição de Comissão Especial para debater políticas públicas para a juventude, afirmando que a implantação dessa Comissão não vem recebendo o apoio necessário dos Partidos que apóiam o Prefeito José Fogaça. Ainda, criticou o trabalho realizado pelo Senhor Mauro Zacher na condução da Secretaria Municipal da Juventude. O Vereador Mario Fraga aludiu ao pronunciamento de hoje da Vereadora Manuela d’Ávila, quanto à gestão do Senhor Mauro Zacher junto à Secretaria Municipal da Juventude. Sobre a questão, mencionou programas direcionados aos jovens, implementados em Porto Alegre, principalmente na área da educação, frisando que a referida Secretaria foi instituída neste ano e que a concretização das políticas públicas programadas para o setor exige maior tempo de atuação do Governo Municipal. O Vereador Bernardino Vendruscolo teceu considerações acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 009/05, de sua autoria, que veda ao Executivo Municipal a possibilidade de realizar antecipação de receita nos últimos seis meses de administração. Nesse sentido, destacou a importância de uma legislação clara e objetiva quanto ao assunto, para que não ocorram prejuízos ao cumprimento das propostas dos Prefeitos que forem assumir o Governo e para que a população seja realmente beneficiada. O Vereador Claudio Sebenelo questionou linhas político-ideológicas que, segundo Sua Excelência, foram seguidas pelo Programa do Orçamento Participativo da Cidade no período em que o Partido dos Trabalhadores esteve à frente do Governo Municipal, alegando que, nessa época, não foram concretizadas obras priorizadas pela comunidade. Finalizando, contestou o pronunciamento hoje efetuado pelo Vereador Carlos Todeschini, a respeito desse tema, no período de Comunicação de Líder. A Vereadora Clênia Maranhão declarou que a participação do Prefeito José Fogaça em reuniões do Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre comprovam a intenção desse político de garantir a continuidade do Programa, cumprindo compromisso público assumido durante a campanha eleitoral de dois mil e quatro. Ainda, ressaltou a importância da participação popular nas decisões orçamentárias, para que a administração pública possa corresponder aos reais anseios da sociedade. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e a Vereadora Clênia Maranhão formulou Requerimento verbal solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às dezesseis horas e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e doze minutos, constatada a existência de quórum. Após, em face de Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Mario Fraga e Haroldo de Souza, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da possibilidade de votação em bloco de Projetos e Emendas, nos termos do artigo 94, § 3º, do Regimento. Foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Mario Fraga, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. A seguir, foram votados conjuntamente e aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 092, 114, 135, 160, 177, 197, 216, 219, 220, 224, 226, 228, 239, 243, 249, 244, 247 e 248/04. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 026/02, por dezesseis votos SIM e oito ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Paulo Odone, Ibsen Pinheiro, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Claudio Sebenelo, Mônica Leal, Maria Celeste, Raul Carrion e Bernardino Vendruscolo, em votação nominal solicitada pelo Vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Gerson Almeida, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Mônica Leal, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Mario Fraga, Nereu D'Avila e Neuza Canabarro. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 026/02, o Vereador Alceu Brasinha cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Luiz Braz. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 046/05, após ser discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto e Carlos Todeschini. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP, ao Projeto de Resolução nº 074/05 (Processo nº 1609/05). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Resolução nº 074/05, o qual, após ser discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Carlos Todeschini, Ibsen Pinheiro, Luiz Braz, Claudio Sebenelo, Carlos Comassetto, Gerson Almeida e Ervino Besson, teve sua apreciação suspensa, em face da inexistência de quórum. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 074/05, os Vereadores Mario Fraga e Sofia Cavedon cederam seus tempos de discussão, respectivamente, ao Vereador Ervino Besson e Carlos Todeschini. Durante a Discussão do Projeto de Resolução nº 074/05, por solicitação do Vereador Haroldo de Souza, foi realizada a verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Às dezoito horas e trinta e três minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, em verificação solicitada pela Vereadora Maria Celeste, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e João Carlos Nedel e secretariados pelo Vereador Luiz Braz. Do que eu, Luiz Braz, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores º Secretário e Presidente.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Luiz Eduardo de Almeida Flores, representando a entidade Movimento dos Direitos dos Moradores de Rua, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à situação dos moradores de rua do Município de Porto Alegre, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. LUIZ EDUARDO DE ALMEIDA FLORES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Movimento se faz presente aqui, mais uma vez, e agradecemos ao nosso pessoal, os moradores de rua presentes. Gostei de ver que foi o primeiro trabalho que os moradores fizeram aqui, dentro de Porto Alegre, o de cuidar de automóveis.

Estamos, aqui, hoje, num dia propício, porque chove, está frio, e a gente não está vendo mudança nenhuma desde a última vez em que estivemos aqui, no dia 29 de abril de 2004. Pouco foi feito pelos moradores de rua.

Então, nós fizemos um Projeto, que se chama Vida Nova, que seria a construção de cem moradias para os moradores de rua e um galpão de reciclagem, sendo que não ficaria só com a reciclagem, mas também com a geração de trabalho e renda, que seria a qualificação de cada morador de rua dentro do seu local de trabalho, onde cada um pudesse exercer a sua profissão. Hoje, temos na rua pessoas com várias qualificações: hidráulicos, eletricistas, advogados, que vivem na rua porque não existe a geração de trabalho e renda no País.

O Movimento preocupa-se muito e vem aqui conversar com vocês para ver como pode começar a trabalhar em conjunto.

Nós estamos fazendo a nossa parte, que é o Projeto que aqui está, é bem específico, qualificado, e estamos buscando recursos junto à Prefeitura, junto ao Ministério das Cidades, em Brasília. Já fizemos contato com o pessoal.

Então, o que estamos procurando mesmo é a vontade, o querer de cada um dos senhores para realmente mudarmos esta situação.

O que tem sido feito para os moradores de rua – abrigos e albergues - não é aquilo de que realmente estamos precisando, essa fase de abrigos e albergues já passou, já está defasada, e nós estamos procurando, hoje, sim, resgatar a dignidade, a auto-estima dessas pessoas naquilo que realmente elas querem. Mudou o perfil dos moradores de rua de 1995 para cá, antigamente eram pessoas que saíam do hospício, dos presídios, que eram rejeitadas pelas famílias, e hoje não, hoje são pessoas que estão desempregadas, são chefes de família que não têm mais oportunidade de trabalhar dentro da sua função. Então, é com isso que o Movimento vem se preocupando muito e ouvindo essas pessoas. Nesse Projeto, nós buscamos o que realmente cada um quer para a sua auto-estima, para voltar à sua dignidade e ter a sua condição de vida resgatada dentro da sociedade.

Então, nós fizemos esse Projeto para criar espaço para o desenvolvimento das atividades destinadas à geração de trabalho e renda, visando à sustentabilidade das famílias atendidas, além de proporcionar habitação para elas, garantindo assim a cada sujeito o direito à dignidade da reinserção social.

Resgatar a auto-estima e identidade através da aquisição de moradia e desenvolvimento de atividade laboral; oferecer a essas famílias a oportunidade de reforçarem seus vínculos e obterem seu próprio sustento; possibilitar a reconstrução de suas identidades e reinserção social; oportunizar trabalho, aproveitando as habilidades profissionais de cada um (hidráulica, elétrica, pintura, reciclagem e artesanato); proporcionar capacitação profissional aos usuários adultos envolvidos dentro desse sistema; buscar recursos junto a agentes financeiros para a realização de oficinas; formação de cooperativas visando à geração de trabalho e renda.

Esses são alguns dos objetivos que temos dentro do nosso Projeto que estamos buscando junto aos órgãos públicos, à Câmara de Vereadores, à Prefeitura de Porto Alegre, à Assembléia Legislativa, para que o Projeto realmente não fique só no papel, que saia do papel, porque está nele aquilo que realmente as pessoas de rua estão buscando e querendo, que é o mínimo, a volta à sociedade com dignidade e respeito. Só se consegue respeito e dignidade se as pessoas estiverem realmente trabalhando e buscando a sua própria sustentabilidade, a sua própria renda. Não existe outra lógica de a pessoa voltar a adquirir o respeito da sua família, se não for por meio do trabalho. Eu acho que seria importante as pessoas começarem a pensar melhor, porque realmente o que a gente está querendo proporcionar para elas é o trabalho. A gente busca primeiramente sempre o trabalho, não a moradia, porque, por meio do trabalho, sim, essas pessoas vão adquirir sua própria moradia e vão conseguir resgatar de novo as suas famílias, buscando aquilo que todos querem, ou seja, o retorno a seus familiares, e ter o seu espaço, com respeito adquirido. E hoje a gente está vendo o quê? Que nada está sendo feito. O que está sendo feito é muito pouco, são só os abrigos, os albergues, e isso está totalmente defasado, não há mais condições de as pessoas estarem vivendo nesse submundo – que a gente está chamando agora –, porque quem está convivendo nos albergues - saiu esta semana uma reportagem no jornal - sabe que está acontecendo até estupro dentro deles. Então, eu acho que temos que ter uma visão diferenciada, pois o perfil dessas pessoas mudou, elas estão buscando, sim, o que eu acho que é o principal, que é o seu lugar social dentro da sua própria possibilidade. Portanto, o Movimento vem aqui buscar isso, hoje, com vocês, que vocês busquem alternativas lógicas e concretas para que essas pessoas possam sair da rua. Obrigado pela atenção de todos e queria repartir este meu espaço com a colega Letícia, que está ali, porque ela fez tudo, elaborou o Projeto, então ela poderia ampliar e ler melhor, mas infelizmente não pode vir aqui falar sobre o que está escrito no papel. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos o Sr. Luiz Eduardo de Almeida Flores a fazer parte da Mesa.

 

O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar nós queríamos, em nome pessoal e da nossa Líder, a Verª Manuela d’Ávila, trazer a nossa saudação ao companheiro Lula, um lutador que conhecemos há muitos anos, dentro da problemática dos moradores de rua, em nome de quem cumprimento todas as lideranças e pessoas que aqui participam trazendo os seus anseios.

Na verdade, o Movimento dos Direitos dos Moradores de Rua, na Legislatura passada, teve uma importante luta que ecoou nesta Casa, quando da ocupação de alguns pavilhões do Parque Maurício Sirotsky, na busca de uma alternativa. E aí, juntos, CUTHAB e Prefeitura Municipal, construímos uma alternativa que me parece positiva e talvez no rumo da proposta que o Lula traz junto ao Ministério das Cidades. A alternativa foi a construção de um espaço ao lado da Escola de Samba Praiana, perto do Beira-Rio, onde inúmeras famílias de moradores de rua tiveram um espaço de moradia, junto com um espaço para o trabalho de geração de renda.

É muito correta a posição do Movimento, no sentido de que a solução não está nos albergues, nós sabemos que os albergues unicamente dão abrigo à noite; depois, as pessoas ficam sem raiz, ficam sem qualquer acolhimento, nas piores condições. Então, parece-me que esse Projeto que o Movimento levou para o Ministério das Cidades está tendo acolhida. Ele é positivo, trata da ressocialização de fato, de uma reinserção dessas pessoas na sociedade, que, pelos mais variados fatores, hoje são moradoras de rua.

Eu queria completar dizendo que para a aplicação desse Projeto, que eu saiba, é necessário que o Município ou o Estado coloque a terra, para que esses recursos possam ser aplicados na construção de moradias e de espaços para reciclagem de lixo.

Quero dizer que todos os Vereadores integrantes da CUTHAB estão à disposição até para uma conversa com os moradores de rua, para a construção disso, juntos, em Porto Alegre. Parabéns, Lula, e continuem essa luta.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero cumprimentar o Sr. Luiz Eduardo de Almeida Flores, dizendo, de pronto, os nossos parabéns, em nome do Partido da Social Democracia, do nosso Líder, Ver. Luiz Braz, do Ver. Claudio Sebenelo e em meu nome, pela liderança tranqüila, serena, que V. Sª exerce junto aos seus comandados. E quero dizer, também, que o Partido da Social Democracia, dentro de sua filosofia, e com o empenho pessoal deste Vereador, a Cooperativa Habitacional – e, de repente, também a Cooperativa de Trabalho -, tendo em vista a maneira organizada em que os senhores estão, talvez possam resolver esses problemas.

Estamos à disposição, juntamente com a CUTHAB, logicamente. Haverá novidades nesta direção por parte da governança da Prefeitura, também.

O importante é que mantenham a serenidade, a coisa organizada, os pés no chão, em busca do emprego e da moradia, quer dizer, da dignidade do ser humano.

Os nossos parabéns, fazendo votos de que a gente consiga – principalmente os senhores, não é?- sucesso neste pleito. Parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE(Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Gostaria de cumprimentar o Lula - Sr. Luiz Eduardo de Almeida - pela sua luta, e todos os companheiros que o acompanham. Queremos demonstrar a nossa solidariedade para com a causa de vocês, que é uma causa das mais urgentes e das mais complexas a serem tratadas e trabalhadas.

É uma causa muito utilizada eleitoralmente, explorada por quem trata de forma leviana; é uma situação que, necessariamente, para a sua solução, passa por trabalho, por moradia, por assistência social, por saúde; não é ação isolada de uma Secretaria ou de uma única política que resolve.

Lembro que nós construímos um programa importante – o RAP, Programa de Reinserção na Atividade Produtiva, que, ao mesmo tempo em que oferecia um trabalho com uma orientação, com assistência social, com organização de grupo, e uma possibilidade, portanto, de renda ao morador de rua, também trazia um retorno para a sociedade, um retorno desse trabalho. Portanto, significava uma valorização de cada um dos moradores de rua.

Então, o que a gente quer colocar aqui é o nosso compromisso de continuar avançando na solução desse problema.

O Governo que assumiu usou, sim, a situação de rua, a situação dos meninos de rua para desgastar um projeto em andamento, um projeto sério, um projeto que procurava articular diferentes Secretarias.

E que o que a gente vê, na verdade, é a ampliação da situação de rua, a ausência de um trabalho articulado, sério, propositivo e resolutivo.

Que vocês tenham força e continuem ocupando os espaços de participação direta, construídos por esta Cidade, como o Orçamento Participativo, como os fóruns temáticos, que dizem respeito a essas questões que os afligem, porque só a participação direta, a pressão popular e a organização, inclusive de quem está tão fragilizado com uma situação de rua, é que fará com que os governantes construam alternativas e se comprometam com a solução. Parabéns pela luta de vocês.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos saudar o Movimento dos Direitos dos Moradores de Rua, e saudar o Sr. Luiz Eduardo de Almeida Flores, que é o Presidente do Movimento e que trouxe aqui a situação dos moradores de rua. É bom que se deixe evidenciado que são pessoas que querem trabalhar, são pessoas que querem ter a oportunidade de ter um lar. Isto é algo muito sério que se coloca à frente de todos nós: as pessoas querem trabalhar e não têm emprego, têm o direito inalienável de residir, de morar, e não têm moradias; então, isso merece, sim, uma reflexão muito séria da sociedade. Nós não podemos assistir, de braços cruzados, a situações como as que se vivenciam aqui e em outras partes, evidentemente, do nosso País, e, talvez, em outros países.

Saudamos os moradores de rua - inclusive, estão de uniforme -, eles que fazem esse trabalho sobre o qual há uma enorme discussão, no tocante à cobrança de estacionamentos públicos na cidade de Porto Alegre.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h44min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h45min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 0350/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 016/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que dispõe sobre a oficialização das feiras-modelo de Porto Alegre relacionadas em anexo ao art. 1º. Com Substitutivo n.º 01.

 

PROC. N.º 1848/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 090/05, de autoria do Ver. Dr. Raul, que autoriza a criação do Centro Integrado de Planejamento Familiar de Porto Alegre (CIPF), com objetivo de orientar e informar o cidadão no que se refere ao Planejamento Familiar.

 

PROC. N.º 2497/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 118/05, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que institui o Programa Agricultura Familiar Urbana na Escola Cidadã, priorizando, para a merenda escolar, a aquisição de hortifrutigranjeiros da agricultura familiar das diversas regiões de Porto Alegre. Com Emendas n.os 01 e 02.

 

PROC. N.º 2654/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 006/05, que altera denominação da Reserva Biológica do Lami que passa a se denominar Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger e cria o Museu José Lutzenberger.

 

PROC. N.º 2665/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 125/05, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que dispõe sobre as questões relacionadas à liberdade religiosa, fixando segunda opção de data para exames e atividades curriculares em estabelecimentos de ensino público, no Município de Porto Alegre.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 2480/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 022/05, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que determina o cancelamento da Licença para localização e funcionamento e do respectivo Alvará do estabelecimento que adquirir, distribuir, transportar, estocar ou revender derivados de petróleo, gás natural e suas frações recuperadas, álcool etílico hidratado carburante e demais combustíveis líquidos carburantes em desconformidade com as especificações estabelecidas pelo órgão regulador competente.

 

PROC. N.º 2502/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 016/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que inclui § 3º ao art. 3º da Lei Complementar n.º 113, de 21 de dezembro de 1984, e alterações posteriores, que institui a Taxa de Coleta de Lixo no Município, isentando do pagamento dessa taxa os imóveis destinados à extração de argila e fabricação de tijoletas, telhas e tijolos cerâmicos.

 

PROC. N.º 2603/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 019/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que altera o art. 140 da Lei Complementar n.º 395, de 26 de dezembro de 1996, e alterações posteriores, que institui o Código Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre, excluindo do caput a palavra “escolas”.

 

PROC. N.º 2662/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 124/05, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que institui o Estatuto da Juventude e dá outras providências.

 

4.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 2166/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 007/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera a redação do parágrafo único do art. 19 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que veda a prática de nepotismo em todos os níveis da Administração Pública Municipal.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, leis e discursos não resolvem nada. O maior Presidente que esta Casa teve, o Ver. José Aloísio Filho, dizia que não comparecia a determinados locais para não criar falsas esperanças. Os nossos visitantes de há poucos minutos, ouvindo os discursos que aqui aconteceram, poderiam sair pensando que vai haver solução para o problema. Mas não vai haver. Não tão fácil, não com discursos.

Hoje temos cinco Projetos aqui apresentados.

O Ver. Oliboni quer oficializar as feiras-modelo. Tão convicto estava ele do seu Projeto de Lei que imediatamente apresentou um Substitutivo. Agora, a Secretaria foi criada com o nome SAMPA - Secretaria de Abastecimento Municipal de Porto Alegre - e depois foi transformada em SMIC, em 1956; desde então, há feiras livres em toda a Cidade, sem nenhum problema. Mas por lei não se pode fazer isso, porque eu tiraria a Feira do Bom Fim da Rua Vasco da Gama. Então, não pode ser por lei.

O Ver. Raul Carrion...

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Serei breve, Vereador. Sou co-autor deste Projeto de Lei. Eu tive uma experiência de apenas 15 meses, caso contrário eu teria feito um regramento e apresentado aos nobres Vereadores. Do jeito que está, nós temos uma Lei que é uma verdadeira aberração jurídica acerca dos mercadões, e foram instituídas as feiras-modelo sem ter uma base jurídica. E esta Casa é para fazer leis para serem cumpridas. Como V. Exª, estou sempre na cobrança do cumprimento das leis.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Ver. Adeli, V. Exª foi Secretário da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, e não propôs a Lei, porque as feiras funcionam, e no próximo ano faz 50 anos que as feiras funcionam em Porto Alegre.

O Ver. Raul Carrion está autorizando a criação do Centro Integrado de Planejamento Familiar de Porto Alegre, com o objetivo de orientar e informar o cidadão. Já existe lei a respeito, nós não precisamos de lei.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Este Projeto não é meu, Vereador, há um erro no espelho. Este Projeto é do Dr. Raul. Eu só queria esclarecer, sem entrar no mérito da questão.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Mas aqui está escrito Ver. Raul Carrion. (Pausa.) Mas o Dr. Raul, então, se equivocou, já existe lei.

A Verª Sofia Cavedon institui o Programa Agricultura Familiar Urbana, e a Procuradoria diz que não compete aos Vereadores.

O Executivo quer acrescentar ao nome Reserva Biológica do Lami o nome de José Lutzenberger. É justo, porque lá eles vão fazer o Museu José Lutzenberger.

A Verª Clênia Maranhão deseja uma lei que disponha sobre as questões relacionadas à liberdade religiosa, fixando segunda opção de data para exames e atividades curriculares em estabelecimentos de ensino público. Está prevista a liberdade religiosa na Lei Orgânica, no art. 178, com toda a clareza. E, quando há problemas religiosos, a própria Prefeitura dispensa do ponto.

Agora, eu quero falar de outro Projeto de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que é sobre o nepotismo. Eu estudei o problema, preocupei-me, e tenho toda a tranqüilidade, porque eu sempre apresentei projetos de lei para diminuir o número de assessores por Vereador. O último que eu apresentei foi em 1997, porque 19 Srs. Vereadores tinham 4 assessores e 14 tinham 3 assessores. Então, eu sugeri num Projeto de Resolução que diminuíssem 19 assessores; fizeram um Substitutivo e aumentaram 14. Então, eu tenho toda a tranqüilidade de dizer: não tenho nenhum parente em meu gabinete. Mas o que eu penso, vejo e tenho dito nesta tribuna que o problema muito mais sério é em relação ao número de legisladores que este País tem. É muito sério! Eu tenho dito, muitas vezes, que, nos Estados Unidos, com 100 milhões de habitantes, mais do que nós, com dezenas de vezes mais recursos que nosso País possui, há menos deputados do que a Câmara Federal. A Câmara Federal tem 513 Deputados; os americanos têm 435. Os 513 Deputados nossos são para atender a 27 Estados; os americanos, com 435 deputados, atendem a 50 Estados. Portanto, eles têm uma média de 8,7 Deputados por Estado; nós temos uma média de 19. Então, o que está sobrando mesmo é Deputado Federal! O que está sobrando mesmo é Vereador! Nós temos 36 Vereadores, sendo que 21 Vereadores resolveriam o problema tranqüilamente! Tenho toda a tranqüilidade de dizer isso. Então, o nosso problema é verificar que recursos nós temos neste País. E aqui está o jornal Correio do Povo, de domingo, dizendo (Lê.): “Congresso americano é menor que o brasileiro”. “O Deputado Onyx defende a redução do número de parlamentares”. “Baixa eficácia dos eleitos preocupa especialista”. “Cientista político propõe critérios para os ajustes”, e “Zimmermann destaca a desproporcionalidade”. O nosso problema, portanto, não são os assessores que tenhamos. Se alguém escolhe um mau assessor, problema seu! Se ele escolheu o seu filho, o seu pai ou o seu irmão, problema seu se não atender no gabinete! Foi a conclusão que eu cheguei, depois de pensar. Quando o Prefeito diz que não vai mais dar cafezinho para os servidores, tem muita gente que se alegra. Na verdade, não é o cafezinho que está criando o problema, assim como não é o assessor, a não ser o excesso de assessores, o excesso de Vereadores, o excesso de Deputados Estaduais e Federais! Especialmente Deputados Federais e Vereadores. Nós tínhamos, há menos de trinta anos, 233 Municípios; hoje, nós temos 496 Municípios. Portanto, nós temos 496 Câmaras Municipais, 496 prefeitos; precisam juízes, delegados de polícia. Então, nós estamos usando em excesso os cargos públicos. Os americanos, que têm o seu PIB orçado em trilhões de dólares, têm menos cargos públicos do que nós. Portanto, diminuir é bom; lei e discurso não resolvem. Vamos racionalizar. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa, demais Vereadoras e Vereadores, eu já havia dado os parabéns, pessoalmente, ao Ver. Elói Guimarães pelo seu aniversário, no dia de ontem, mas quero aproveitar este momento em que estou aqui na tribuna para parabenizá-lo e desejar que ele tenha uma vida profícua de, pelo menos, cem anos, para contribuir para as transformações neste País.

No dia de hoje, existem diversos Projetos que me parecem de interesse da comunidade. O primeiro deles, do Ver. Aldacir Oliboni, dispõe sobre a oficialização das feiras-modelo em Porto Alegre, que são uma construção da cidadania, fazendo um enorme serviço à sociedade no sentido de regularizar o mercado. E eu acho correta essa oficialização, pois elas são semi-oficializadas.

E eu aproveito, Ver. Oliboni, para dizer que, há quase três anos, nós aprovamos, nesta Casa, uma Lei de minha autoria determinando a colocação de banheiros públicos nas feiras livres, por entender que elas prestam um serviço público. E, apesar de a Lei ter sido aprovada nesta Casa, ela, até hoje, não foi concretizada. No início do atual Governo Municipal, eu procurei o Secretário Idenir Cecchin que se comprometeu em agilizar essa questão, mas nós ainda não temos uma solução para esse problema. Eu creio que o seu Projeto, com a oficialização das feiras-modelo, contribuirá nesse sentido, pois, com essa oficialização, o Município terá mais razões ainda para dar as condições mínimas de funcionamento aos feirantes, pois é uma questão de higiene e de saúde pública. Aqueles feirantes permanecem, muitas vezes, das 6h até às 13 horas, sem terem acesso a um banheiro, realizando – muitos me disseram isso – as suas necessidades em um canto do seu trabalho. Então, o seu Projeto é correto, e nós o apoiamos. Mas nós queremos, também, que a atual Administração, Ver. Dib, execute a Lei que está aí determinando.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço pelo aparte, Ver. Raul Carrion. Realmente, esse Projeto de Lei vem para oficializar as feiras que existem em Porto Alegre e já estão consolidadas. A população tem, no dia-a-dia, o costume de comprar nas feiras, e elas ainda não estão oficializadas. Essa demanda veio do próprio segmento que atua no mercado, e eu acredito que nós estamos contribuindo. As outras formas de ajudar e contribuir, como é o caso do seu Projeto, também são de extrema importância para a Cidade.

 

O SR. RAUL CARRION: Perfeito. Um outro Projeto que também nos parece importante é o Projeto da Verª Sofia Cavedon, que institui o Programa Agricultura Familiar Urbana na Escola Cidadã, que se constitui na compra de hortifrutigranjeiros prioritariamente, de forma direta, dos agricultores familiares locais. Sabemos que Porto Alegre tem um cinturão verde importante, Ver. Comassetto - V. Exª que é um homem que tem uma relação com a Zona Sul -, e que, muitas vezes, o hortifrutigranjeiro vem de São Paulo, em vez de vir fresquinho dos nossos produtores. Também sabemos que a dieta nas escolas, muitas vezes, está baseada em produtos industrializados, que até causam males, como os açúcares. O Ver. Adeli é outro que trabalha nessa questão. Creio que, por um lado, cria um mercado de trabalho importante para os nossos produtores e, por outro lado, também proporciona uma alimentação mais correta, nós sabemos da importância dos hortifrutigranjeiros para isso.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Carrion, apenas para registrar que esse é um Projeto que já aconteceu como piloto em três escolas da Zona Sul, com enorme sucesso na qualificação da merenda, com a possibilidade da potencialização pedagógica da alimentação, da cozinha, do espaço da cozinha, de os alunos irem nas chácaras, de conhecerem onde é produzido o alimento, de haver formação para as educadoras e para as cozinheiras com o apoio da Emater.

 

O SR. RAUL CARRION: Para concluir, eu queria fazer uma referência ao Projeto da Verª Clênia Maranhão, que também me parece um Projeto importante, o qual dispõe sobre a adequação das atividades escolares – provas e assim por diante – às opções religiosas dos estudantes. Nós temos, por exemplo, a situação de pessoas que, por convicção religiosa, não podem, ao se pôr o sol, realizar atividades. Então, isso permitiria o seu direito à transferência das provas. Outras, por convicção religiosa, aos sábados, não podem ter atividades desse tipo. Então, creio que é importante, porque, muitas vezes, como o nosso País é dito majoritariamente católico, guarda-se o domingo, mas as demais opções religiosas que têm o sábado, que têm entre o final da tarde da sexta-feira e o início da tarde de sábado a sua guarda, são simplesmente ignoradas, como se o Estado não fosse lá e não fosse religioso. Todas as religiões, também as opções religiosas de origem africana, neste caso, devem ter situação de igualdade. Creio que este Projeto da Verª Clênia atenta para isso e procura sanar a questão. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.).

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Recebo Comunicado do Ver. Valdir Caetano, Líder da Bancada do PL, que diz o seguinte (Lê.): “Comunico Vossa Excelência, para as providências cabíveis, que o Partido Liberal não integrará a Comissão Especial de Políticas Públicas para a Juventude”.

A Verª Manuela d'Ávila está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos aqueles que nos assistem, eu tenho como costume, por princípio, por acreditar que isso seja fundamental, sempre subir a esta tribuna para defender os projetos relacionados ao desenvolvimento de políticas públicas para a juventude. Infelizmente, o Ver. Márcio Bins Ely hoje está numa representação externa, mas eu gostaria de trazer para este Plenário o debate sobre o seu Projeto, o PLL nº 124/05, que institui o Estatuto da Juventude e dá outras providências no nosso Município. Primeiramente, eu gostaria de registrar que por vezes percebi que nada compreendo com relação ao funcionamento da ordem das coisas nesta Casa, porque uma série de Projetos de minha autoria, ou de autoria de outros Vereadores, alguns deles inclusive dizem respeito ao desenvolvimento de políticas públicas para a juventude, recebem Parecer dizendo que são Projetos que entram no âmbito do Executivo, que nós não podemos, aqui nesta Casa, legislar ou apontar demandas para o Prefeito Municipal, no sentido das suas finanças, da maneira como irá administrar a Prefeitura, de como investirá os seus recursos.

A minha surpresa – depois eu vou apontar o conteúdo – é que o Projeto do Ver. Márcio Bins Ely, todo ele, aponta e afirma como deve o Governo agir, como deve a Secretaria Municipal da Juventude agir e como deve toda a Administração se portar e se adequar àquilo que um Parlamentar diz e afirma ser correto. Primeiro, gostaria de registrar que não compreendo como funciona essa questão aqui dentro, talvez por inexperiência ou por ingenuidade. Num momento, o que gera despesa ao Município, o Vereador não pode fazer; noutro momento, gera despesa, é de âmbito municipal, de interesse da juventude, e aí pode! Segundo, assusta-me, sinceramente, o Projeto do Ver. Márcio Bens Ely. Acho que é uma iniciativa bastante louvável se pensar num Estatuto da Juventude. Tenho aqui em minhas mãos o Estatuto Nacional da Juventude, que está em discussão no Congresso; o Plano Nacional da Juventude; a Lei e o Estatuto Nacional da Juventude da Venezuela, países – incluindo o nosso – que avançam na formulação das PPJs. Mas me surpreende vermos um Projeto de Lei de uma Bancada que se comprometeu, aqui, em 20 de janeiro, a assumir o compromisso de desenvolver um Conselho da Juventude, simplesmente pautando, em vários dos seus espaços, a necessidade de interlocução da juventude - inclusive o Capítulo IX trata única e exclusivamente do direito à plena participação social e política da juventude neste Estatuto -, causando-me estranheza que não regulamenta, nem tenta regulamentar nenhuma espécie de Conselho da Juventude. A participação juvenil vai-se dar sem critérios, ao bel-prazer do Secretário da Juventude, por essa proposta do Ver. Márcio Bins Ely. Além disso, em todo o Projeto, podemos pegar página por página e elencar essas distorções ou incompreensões a respeito do que é a juventude de Porto Alegre, de como ela se organiza e quais as suas formas de atuação. Nós temos aqui um tal de Plano Estratégico para o Desenvolvimento Integral da Juventude do Município de Porto Alegre - todas as ações se referem a esse tal Plano -, mas o fato é que esse tal Plano não existe! Deveria, pelo menos, ser refletido ou se pensar sobre um plano para se apontar todas as demandas e todas as soluções para esse Plano. Diz aqui que o Plano vai ser formado junto com as igrejas, as ONGs, as universidades e os especialistas que trabalham com a temática juvenil. O Ver. Márcio Bins se esquece de dizer em qual espaço, quais as formas que essa relação se dará. Vai-se dar a partir do Conselho Municipal da Juventude, que foi vetado pelo Prefeito, ou ao bel-prazer do Secretário Municipal da Juventude, Mauro Zacher. Também coloca que esse tal de PEDIJMPA vai criar um sistema de emprego, bolsa, trabalho e qualificação profissional. Eu louvo toda e qualquer iniciativa que gere empregos para a nossa juventude. Agora, causa-me completa estranheza acreditar que um Plano Estratégico de Desenvolvimento Integral da Juventude – integral - passe apenas pela questão do trabalho, inclusive afirmando que o Município deva ser o responsável por fomentar a graduação universitária – parte esta que acredito mais questionável. Qualquer pessoa sabe que a graduação e as universidades são de responsabilidade do Governo Federal, e não dos Municípios. Portanto, causa-me estranheza esse Projeto chegar a este Plenário com esse Parecer, até pelos seus diversos pontos incompreensíveis, tais como a juventude de Porto Alegre se organiza, de como essa juventude quer participar e quais são os mecanismos para que ela participe e tenha, de fato, os seus direitos garantidos, a partir de um plano que, aliás, o Secretário já está nos devendo, de atuação da Secretaria Municipal da Juventude. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste. Venho a esta tribuna para defender o PLL nº 090/05, de autoria do nosso colega Suplente de Vereador, Dr. Raul, do PMDB, que há pouco suscitou dúvidas se era de autoria do nosso colega Ver. Raul Carrion. O seu Projeto autoriza a criação do Centro Integrado de Planejamento Familiar de Porto Alegre com o objetivo de orientar e informar o cidadão sobre o planejamento familiar. Ora, nós, há pouco, recebemos, aqui, a Associação dos Moradores de Rua e começa por aí a importância de se ter um planejamento familiar, ainda que isso já conste lá na Constituição, tratando de algumas coisas nesse sentido. Eu também sei que a Verª Mônica Leal tem um Projeto semelhante, e passo-lhe a palavra a fim de que faça seu comentário.

 

A Srª Mônica Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu peço-lhe um aparte, Ver. Bernardino, para explicar justamente que, olhando o espelho, constatei um Projeto de Lei do Ver. Dr. Raul que autoriza a criação do Centro Integrado de Planejamento Familiar de Porto Alegre, o que é preocupante, visto que usa duas idéias minhas num Projeto só, sendo que uma institui o planejamento familiar e a outra institui a central de informações de estoque excedente de sangue. Gostaria só de explicar que assim fica confuso.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito bem, e obrigado Vereadora. Eu quero-lhe dizer que me comprometo a fazer um contato com o Suplente de Vereador, Dr. Raul, para que a gente possa conduzir o assunto de maneira que não gere equívocos. Vamos analisar então os dois Projetos. Eu apenas aproveito a tribuna não para fazer a defesa nesse sentido, até porque não tenho procuração para isso. O Dr. Raul não está presente, logo, não teria como dar essa explicação agora. Mas eu lhe prometo que nós entraremos em contato com ele, até porque o assunto é de suma importância, e eu acho que, antes de falar da pobreza, do desemprego, da falta de habitação, nós precisamos retomar uma discussão em cima do planejamento familiar.

 

A Srª Mônica Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria-lhe agradecer, visto que é um tema tão importante em pauta, no momento, o planejamento familiar. Eu aguardarei essa explicação.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito bem, eu também quero elogiá-la pela iniciativa. E, Sr. Presidente, comprometo-me a fazer contato, então, com o nosso colega Dr. Raul, para que ele possa vir até o Gabinete, e nós, em conjunto, analisarmos seu Projeto para ver se não há conflito com o seu, Verª Mônica. De qualquer sorte, a causa é nobre, e nós devemos, sim, trabalhar nesse sentido. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Prezado Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezados colegas Vereadores e Vereadoras, prezado público que nos assiste e galeria, quero falar hoje, aqui, nestes 5 minutos, de cinco Projetos que tramitam na Casa, os quais considero de grande importância para o desenvolvimento econômico, social, político e cultural de Porto Alegre. E os cinco Projetos têm uma envergadura muito grande no que diz respeito à Zona Sul e Porto Alegre, como um todo, afirmando uma política de desenvolvimento sustentável. Um deles é o PLL nº 016/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que oficializa as feiras-modelo de Porto Alegre; outro, é o PLL nº 118/05, da Verª Sofia Cavedon, que institui o Programa Agricultura Familiar; também o Projeto de nossa autoria, que traz à discussão a exploração de argila e das olarias de Porto Alegre que estão situadas na Zona Sul; e o PLE nº 006/05, que altera a denominação da Reserva Biológica do Lami, passando a denominar-se Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger, e cria o Museu José Lutzenberger.

Vou comentar os cinco Projetos num único contexto, porque eles se integram e se inter-relacionam. Começo dizendo que a Zona Sul de Porto Alegre tem uma característica muito especial, e nós temos de zelar por essa qualidade em todos os momentos, inclusive temos vários colegas que são lá da Zona Sul e extremo Sul e que se elegeram ajudando a construir essa política da Cidade. No momento em que definimos um Plano Diretor, que reconhecemos uma região como rururbana, temos de qualificar isso cada vez mais.

O Projeto da Verª Sofia Cavedon, que institui o Programa Agricultura Familiar, traz para a Ordem do Dia e valoriza os agricultores de Porto Alegre, para que possam fornecer o produto diretamente nas escolas, fazendo com que nós venhamos a evitar o que nós chamamos de “viagem do alface” ou “viagem do repolho”. Porque vêm alface e repolho de São Paulo, que são do interior de Goiás, para abastecer Porto Alegre, e acabam indo para as escolas, enquanto nós temos uma produção local.

O que quero dizer com isso? Que qualificar Porto Alegre é fazermos com que não haja a circulação desses produtos, mas que saiam, por exemplo, lá da Boa Vista, na Zona Sul, onde há a maior produção de alface da Região Sul, e vão diretamente para a escola de Belém Novo – a uns cinco ou seis quilômetros dali. Esses produtos não precisam percorrer dezenas e milhares de quilômetros, gastando uma energia que é insuficiente para pagar o seu custo. Então, esse Projeto, assim como o Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, vêm reconhecer, obviamente, Ver. João Dib, algo que já existe em Porto Alegre, que são as feiras-modelo. Mas isso qualifica, fortalece, estrutura, condiciona, dá suporte para que esses feirantes possam assumir e dizer, legalmente: “Nós existimos dentro de uma sociedade, com uma atividade reconhecida”, e assim por diante.

O Projeto de Lei que apresentamos sobre as olarias da Zona Sul. Porto Alegre, na Região Sul, teve dois grandes segmentos de desenvolvimento local, que eram e são as olarias, e as tafonas - fábricas de farinha de mandioca, origem da cultura açoriana, que lá se instituía junto com a pesca -, que já se extinguiram. As olarias persistem, mas numa relação que se vem degradando, que vem diminuindo, porque é um trabalho muito rústico. Na última gestão, exigimos que essas olarias, por extraírem argila fazendo assim toda a chamada “recomposição ambiental”, utilizem esses espaços na continuação da produção. Por exemplo, de onde se extrai argila se pode produzir o peixe.

Nós estamos oferecendo à discussão desta Casa que se isentem essas olarias da Taxa de Lixo, porque elas não produzem lixo; tudo o que produzem são resíduos de tijolo e cerâmicas, que são reutilizados no próprio processo local. A exploração mineral é produção primária, e esta Câmara já aprovou uma Lei isentando todos os outros produtores primários de Porto Alegre do pagamento de IPTU, Taxa de Lixo e Imposto Predial.

Eu finalizo dizendo que o Projeto de ordem do Executivo relacionado à Zona Sul, que sugere – e é uma homenagem justa desta Casa – que a Reserva Biológica do Lami passe a ser chamada Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger, é uma homenagem justa desta Cidade, uma homenagem justa desta Câmara e do Executivo, porque Lutzenberger, se tivesse oportunidade, hoje estaria defendendo aqui esses cinco, seis Projetos trazidos, porque são Projetos que apontam para o desenvolvimento sustentável e a integração ambiental, econômica e social da Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrado o período de Pauta. O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vou estampar esta camisa (Mostra a camisa.) com um apelo... Hoje, participamos de um ato do S.O.S. TV Educativa e FM Cultura. Já havíamos falado, na segunda-feira, nesta tribuna, em função do que está ocorrendo na TV Educativa, o seu o sucateamento e o da FM Cultura. Algumas coisas já falamos, por exemplo, não conseguem ter nem as fitas de vídeo, ou seja, para ter um acervo novo tem que pegar o que já existia e gravar em cima, ou seja, apagar o acervo mais antigo. Então, são situações que não se concebe. Já falamos dos veículos que estão em péssimo estado, quando, muitas vezes, o jornalista para fazer uma reportagem acaba tendo que empurrar esses veículos, e mais, nas blitze alguns veículos da TV Educativa foram presos, porque não foi pago o IPVA. Quer dizer, o próprio Governo é um mau pagador. Há também a questão salarial.

Hoje, naquele ato, estavam representados, lá, o Sindicato dos Jornalistas, Radialistas, e aqui na Casa nós temos vários radialistas, jornalistas, vejo o Ver. Haroldo de Souza – radialista; Ver. Ibsen Pinheiro – jornalista; os dois são da base de sustentação do Governo do Estado; a Verª Mônica Leal – jornalista; Verª Manuela – jornalista; Ver. Aldacir Oliboni – jornalista; Ver. Luiz Braz; então há uma série - e eu acho que não devo ter omitido nenhum - de colegas Vereadores jornalistas que poderiam se engajar neste movimento. Espero que a Assembléia assuma, porque isto aqui é muito mais da Assembléia do que da Câmara, mas como fomos procurados, e entendemos como justa a reivindicação, hoje de manhã houve uma reunião do Sindicato dos Jornalistas e Radialistas, mais uma Comissão da TVE, junto à Secretaria da Fazenda, para ver de que forma pode ser resolvida essa questão salarial. E nós vamos pedir, principalmente àqueles Vereadores jornalistas, da base de sustentação de Governo, que procurem intermediar, e apurem a veracidade, porque é uma situação grave.

Hoje, nós presenciamos - abaixo de chuva - o ato, às 13h, uma situação de calamidade, ou seja, nós vermos profissionais de alta qualidade não poderem implantar um serviço melhor, porque não são dadas as condições mínimas.

Também é importante falar numa outra questão que está acontecendo, que é a questão do assédio moral, ou a forma como estão sendo tratados por determinadas chefias que não estão permitindo o desempenho do trabalho.

Então, nós somos engajados e vamos entrar com uma Moção, aqui na Casa, pedindo o apoio para a recuperação da TV Educativa e da FM Cultura. No domingo, Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste em casa que quiser participar, vai haver um ato público no Brique da Redenção, junto ao Monumento ao Expedicionário, às 11h, para tentar sensibilizar o Governo do Estado a se agilizar. Sabemos da fragilidade, das dificuldades do Governo, mas, ao mesmo tempo, tem de ser dada infra-estrutura mínima, porque, volto a dizer, a TV Educativa do Estado – que é a única – é um bem patrimonial do nosso Estado, é algo que não pode ser desprezado, não podem que virar as costas; nós temos de olhar com carinho esse veículo de comunicação que é um veículo estatal utilizado para fins de informação, tem finalidade educacional, finalidade de informar - e muito bem - a opinião pública.

Assim, nós vimos aqui, de forma fraterna, mais uma vez, fazer o registro desse S.O.S. TV Educativa e mostrar que a adesão pode significar, o quanto antes, alguns cumprimentos mínimos, como, por exemplo, uma melhoria nos veículos, ou seja, algumas centenas de fitas de vídeo para que o patrimônio lá existente não seja depreciado e desapareça. Então, nós temos muito a ver com a questão da cultura e a memória do nosso Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16, público presente nas galerias desta Casa, o assunto que me traz aqui em Liderança é a questão de fazer um balanço do processo de participação popular por meio do Orçamento Participativo no novo Governo. Nós vimos a público para trazer a seguinte opinião: 1 - A grande participação verificada nas assembléias do Orçamento Participativo mostra o vigor dessa experiência e o desejo da população em mantê-la e desenvolvê-la. É, antes de tudo, uma vitória da população que revitaliza o processo a cada ano. O Orçamento Participativo sempre foi de todos, nunca foi restrito a simpatizantes ou militantes partidários, oportunizando a participação de toda a população; 2- Manter o foro do Orçamento Participativo, como se comprometeu o Prefeito Fogaça, é mais do que garantir a realização de seus fóruns, significa respeitar as deliberações da população e garantir a realização das obras definidas em orçamentos anteriores, como sempre aconteceu; 3- O Governo terá que convencer a sua base aliada na Câmara Municipal, onde muitos Vereadores manifestam-se contra o Orçamento Participativo ou tentam tutelá-lo por meio de regulamentação restritiva da representação popular. No próprio Governo, encontram-se Lideranças declaradamente contrárias, como comprovam as declarações do Secretário de Obras, Cassiá Carpes, e do próprio Vice-Prefeito, Eliseu Santos; 4 - O compromisso de manter o Orçamento Participativo não se afina com iniciativas que a ele se sobrepõem ou que lhe fazem competição, esvaziando-o como instância deliberativa e propositiva da vontade popular; 5 - Da mesma forma, repudiamos divulgação leviana de supostas dívidas deixadas pela Administração Popular, sem qualquer comprovação. Na Câmara, formalizamos, por três vezes, Pedidos de Informações, desde 18 de março, sobre pretensas dívidas do Município, solicitando o desdobramento dos valores e o nome dos credores. Até o momento, o Governo não deu qualquer resposta; 6 - A Frente Popular se manterá vigilante e participativa, não apenas porque é construtora do Orçamento Participativo, mas, especialmente porque esse processo foi apropriado pela população que o tornou uma das mais avançadas experiências de democracia participativa.

E venho dizer isso porque, ao contrário do que diz a Líder do Governo, reiterando por várias vezes que a discussão sobre o Orçamento Participativo é assunto superado, não corresponde aos fatos e àquilo que significa, se nós compararmos com a atitude do nosso Secretário de Obras, o Ver. Cassiá Carpes, que diz que vai para o Orçamento Participativo para ver o que o povo está dizendo, mas que não acredita, porque quem tem o dinheiro é a Prefeitura, menosprezando e renegando a capacidade do povo de poder decidir e priorizar as obras e os investimentos da Cidade. Logo na Secretaria de Obras, Secretaria esta que concentra o maior volume de investimentos a serem aplicados pelo Poder Público em Porto Alegre, como o foi nesses 16 anos. E, de mais a mais, o próprio Vice-Prefeito diz que as obras não estão garantidas até o ano de 2008, numa clara visão de menosprezo, de minimização em tratar como um assunto irrelevante a participação popular e o Orçamento Participativo. O que nós não queremos, e fizemos todo o esforço para evitar, é que aconteça o que aconteceu no Estado do Rio Grande do Sul, onde o Governo criou a Consulta Popular como apanágio contra todos os defeitos do Orçamento Participativo. E agora as notícias mais recentes anunciadas e confirmadas pela figura do Vice-Governador, Sr. Antonio Hohlfeldt, dizem que o Estado reduz significativamente as verbas de investimento, por meio da Consulta Popular, sendo que, no ano passado, apenas 8% dos recursos foram aplicados do montante previsto, levando a um total esvaziamento, a um menosprezo, pois inclusive chega a ser risível e ridícula a quantidade de recursos anunciada já para o próximo exercício.

Nós queremos que, em nossa Cidade, se afirme o contrário: o vigor e a vitória do Orçamento Participativo como uma instituição conquistada pela cidade de Porto Alegre. Muito obrigado, Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu acho que tudo o que a Prefeitura fizer deve ser feito com muito cuidado, porque, se não, vai ter complicações para seguir as normas da Lei de Responsabilidade Civil e, também, as normas do Tribunal de Contas. Eu respondi pela Prefeitura, algumas vezes, em 2003, não ordenei nenhuma despesa, mas fui citado pelo Tribunal de Contas, e há obras, assim como o Viaduto da Nilo Peçanha, que têm dificuldades de ser explicadas. Portanto, eu acho que a Prefeitura e o Secretário Cassiá Carpes estão muito bem.

E por falar em 2003, eu quero mostrar duas fotos. (Mostra as fotos.) São duas fotos da homenagem que a Cidade prestou ao melhor Prefeito que nós tivemos. E uma cidade que não cultua a memória dos seus mortos ilustres deve ter muitas dificuldades. O Prefeito que saiu, durante quase dois anos, deixou prometido que mudaria a estátua de Loureiro da Silva para a frente da Câmara Municipal, já que nós havíamos preparado área, e, da guarita, ela poderia ser cuidada. Vejam, Srs. Vereadores, que a parte de bronze, aqui, (Mostra a foto.) já foi retirada, e por algum ferro-velho já deve ter sido derretida. Vejam o que fazem na estátua do maior Prefeito que esta Cidade teve!

E, coincidentemente, no jornal Correio do Povo de hoje (Mostra o jornal.), há uma manchete: “Obra de Caringi será revitalizada”. Na próxima semana, Caringi faria cem anos. E Caringi é o autor dessa escultura, dessa estátua do grande Prefeito Loureiro da Silva. Eu já encaminhei este assunto ao Prefeito Fogaça, espero ser atendido, sei que ele já deu determinações nesse sentido, mas eu quero ver a obra feita, eu quero ver a estátua passar para a frente da Câmara Municipal, onde já está reservando o local, onde já havia sido acertado tudo para que nós pudéssemos fazer a transposição da estátua para um ponto em que ela possa ser cuidada. E sendo, como disse, o centenário da data de nascimento de Caringi, a Prefeitura de Pelotas vai fazer uma comemoração do centenário do escultor e busca financiamento para o Projeto. Não só um Projeto, aqui está uma estátua semelhante a do Prefeito Loureiro da Silva, mas é dedicada à figura do colono. Também está sobre uma base de granito, e o granito foi, todo ele, pintado aqui em Porto Alegre, lá está a UBC, o MST e uma figura feita à tinta a óleo que eu não consigo interpretar o que seja porque os pichadores estão fazendo a pichação de toda a Cidade - e o mais curioso é que ninguém vê! Ninguém parece que tem preocupação com a sua Cidade. Qualquer pessoa que veja um pichador na rua tem que chamar a Polícia! Não se pode depredar patrimônio público, não se pode fazer com a estátua o que fizeram aqui! Aqui na frente da Câmara já houve um problema. A Câmara encontrou o responsável, e ele teve que vir aqui limpar aquilo que ele havia sujado. Agora, a colocação aqui de tinta a óleo não vai ser fácil de ser retirada. Esta não vai ser fácil! Mas eu confio que o Secretário Beto Moesch providencie para que nós tenhamos restabelecida a dignidade da homenagem que o Prefeito Telmo Thompson Flores, grande Prefeito também, prestou a José Loureiro da Silva na Avenida que leva o seu nome e onde está o Palácio Municipal. Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acredito que o Ver. Beto Moesch, Secretário do Meio Ambiente, providencie já, dentro das homenagens ao centenário de Caringi, aquela determinação que lhe foi dada pelo Prefeito Municipal, ou seja, recuperar a estátua e trazê-la para a frente da Câmara Municipal. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o dia de hoje realmente é um dia que nos preocupa com relação ao futuro das políticas públicas para a juventude no Município de Porto Alegre. Se é verdade que nós tivemos um gesto bastante significativo com a construção e aprovação unânime, por parte deste Plenário, de uma Secretaria Municipal de Juventude, também é verdade que outras iniciativas foram tomadas para contemplar justamente a diversidade, a pluralidade que é hoje a juventude desta Cidade.

No dia 3 de janeiro deste ano, protocolei, nesta Casa, um Requerimento solicitando a abertura de uma Comissão Especial de Políticas Públicas para a Juventude. Uma Comissão que, diga-se passagem, foi aprovada por todos os Vereadores deste Plenário, sem nenhuma abstenção, sem nenhum voto contrário. E estamos tentando instalá-la desde a sua aprovação no dia 10 de abril. O que nos surpreende, justamente, é que esse Governo, que toma para si a responsabilidade de pensar a juventude, esvazie, por orientação do Secretário Municipal da Juventude, Sr. Mauro Zacher, a Comissão.

Eu não compreendo. Hoje estávamos dando uma entrevista, e eu ouvi, do Governo, que os prazos haviam findado. Eu tenho um Parecer da Procuradora desta Casa dizendo que a Comissão só poderá ser extinta se ela não tiver cumprido os prazos e não tiver concluído o seu relatório. Essas informações estão aqui, na minha mão.

A mesma Procuradora afirma, citando o Regimento da Casa – e, pelo menos na minha opinião, isso alguma coisa significa -, que o Presidente é a única pessoa que pode declarar extinta uma Comissão nesta Casa.

O Presidente não declarou, por ofício, extinta essa Comissão, como prevê o nosso Regimento.

A situação, entretanto, já dá por encerrada a Comissão! E acho imprescindível que conheçamos os motivos pelos quais a situação e os Partidos da base do Governo se retiraram dessa Comissão.

O PL retirou o seu nome hoje, o que implica, na minha avaliação do Regimento, substituição no rodízio. O PSB entraria na Comissão, aliás, o que já acho ideal, porque temos a obrigação de debater, por mais que alguns não queiram, sobre o Conselho Municipal da Juventude.

Mas o que me apavora, entristece-me, é que o Governo Municipal de Porto Alegre caia nas palavras, ou nos adjetivos, que prefiro não usar, do Secretário Municipal da Juventude, para deslegitimar o trabalho deste Parlamento, para amarrar o Poder Legislativo ao seu bel-prazer. Secretário esse que o Ver. Paulo Odone, no dia 20 de maio, se comprometeu, neste plenário, a entregar o seu plano de gestão. Aliás, pelo menos da aprovação, em 20 de maio fará quatro meses que a Secretaria existe, hoje, dia 18, daqui a dois dias, na sexta-feira, o compromisso do Governo em entregar o plano de ações da Secretaria Municipal de Juventude deve, ou não deve ser cumprido! Porque os compromissos que esse Secretário assumiu, neste plenário, não com esta Vereadora, mas com a juventude de Porto Alegre, vêm sendo sistematicamente descumpridos. Esse Secretário tem receio de ter o seu trabalho complementado pelos parlamentares desta Casa, discutido pelos parlamentares desta Casa, porque se julga o dono da juventude desta Cidade. Pobre Secretário, não sabe que a juventude nunca, nunca, em nenhum momento da história, teve dono, que a juventude desta Cidade não vai se calar perante os seus prazeres de destruir ou de tentar destruir uma Comissão que havia sido aprovada por todos os Vereadores desta Casa. A juventude da nossa Cidade, do nosso País, sempre carregou, nas suas mentes e nos seus corações, o espírito da democracia. Foi essa juventude que retirou o Collor e essa juventude não tem medo de discutir, em qualquer espaço, fora desta Câmara inclusive, sobre a avaliação da gestão do Secretário, e mais, de continuar construindo políticas públicas, porque nós podemos construir muitas políticas para a juventude sem passar ou sem ouvir aquele que não quer, nem ser ouvido e nem discutir com a juventude desta Cidade.

A juventude vai continuar lutando, a juventude não se cala perante os desmandos do Sr. Mauro Zacher, porque a juventude, como é na PUC, há oito anos, é corajosa e resiste a qualquer falta de democracia, a qualquer tentativa de golpe, essa juventude é a juventude da PUC, é a juventude do movimento estudantil, é a juventude que já conhece Mauro Zacher e não se cala diante dele.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder, por transposição de tempo com o Ver. Bernardino Vendruscolo e aquiescência do Ver. Claudio Sebenelo.

 

O SR. MARIO FRAGA: Obrigado, Ver. Claudio Sebenelo; obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo, pela transposição de tempo em Liderança. Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e aos que nos assistem pela TVCâmara, vamos falar neste período de Liderança que o Ver. Dr. Goulart me cedeu, não para fazer a defesa, mas apenas para esclarecer aos telespectadores da TVCâmara e a todos que nos ouvem, que o Ver. Mauro Zacher fez mais de 7 mil votos na cidade de Porto Alegre. Ninguém pode dizer que a maioria desses votos foi da juventude. Volto a repetir, o Vereador e hoje Secretário Mauro Zacher fez mais de 7 mil votos na cidade de Porto Alegre. Veio como 2º Suplente da última eleição, de 2000, e de 4 mil votos pulou para 7 mil e 500 votos. Todos os Vereadores desta Casa reconhecem o trabalho que ele tem junto à juventude.

Então, nós, do PDT, estamos muito descontentes, não sabemos se foi porque não saiu a Comissão Especial da Juventude, que estão reclamando, estão dizendo algumas coisas. Vai fazer quatro meses que o Secretário Mauro Zacher está na Secretaria, ele que não tinha onde ficar, e, agora, na semana passada, conseguiu o 5º andar do prédio da SMIC, que o Secretário da SMIC lhe cedeu para se instalar. Eu não tenho bem certeza se já está toda a Secretaria instalada. E vêm, aqui, nesta tribuna, cobrar as políticas da juventude! Nós estamos, sim, engatinhando nessa política da juventude, visto que criamos essa Secretaria que vai fazer quatro meses depois de amanhã.

O Presidente Lula, que está no poder há três anos, criou o Ministério da Juventude, digo, Secretaria da Juventude. Obrigado, Verª Manuela. Então, Vereadora, que me ajuda dizendo que é Secretaria, e não Ministério, eu tenho certeza de que nós e os outros, pelo menos, temos que dar um tempo para o Secretário Mauro Zacher, até porque nós estamos implementando esta grande idéia que teve o Lula para os jovens de 16 a 24 anos voltarem a estudar e que vai passar, sim, por Porto Alegre, graças ao Prefeito Fogaça, graças ao Secretário Mário Zacher que foi a Brasília, gestionou os recursos. Se nós, aqui em Porto Alegre, não tivéssemos a Secretaria da Juventude, com certeza esses recursos não viriam para Porto Alegre. E, num primeiro momento, vamos beneficiar, Verª Mônica, 7 mil e 200 jovens, de 16 a 24 anos, que estão sem estudar, há muito tempo, e vamos dar um benefício de 100 reais, sim, através do Governo Federal. Para nós, principalmente do PDT, sendo para educação, sempre é bem-vindo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ocupo esta tribuna para fazer um registro até com um certo desconforto. Todos nós sabemos que há uma prática aqui no Município, no Estado, e acredito que até no próprio Brasil afora, dos Prefeitos, Governadores, enfim, eu não quero falar aqui porque outro dia fiz uma crítica a respeito dos excessos de defesa do Estado e do País, quando nós devemos nos preocupar mais com o Município. Mas eu sou autor de um Projeto de Lei, que tramita nesta Casa, que veda ao Executivo Municipal antecipar receita nos últimos seis meses do seu mandato, até porque nós sabemos que aconteceu recentemente, no Governo que nos antecedeu, a antecipação de receita, e com isso eu entendi e entendo que nós devemos coibir essa prática.

Pensava eu que seria um Projeto fácil, até porque foi um assunto muito comentado na mídia, mas o que me causa surpresa é que só não atiraram pedra no meu Projeto, o resto fizeram. Citaram Leis justificando que não haveria necessidade, porque já havia Leis que disciplinavam isso. Mas então, se existe Lei, ou Leis, que disciplinam essa matéria, como é que o Prefeito antecipou receita? Como fez ele para antecipar receita? No nosso entender, essas Leis não são claras, por isso somos proponentes desta Lei que proíbe a antecipação de receita nos últimos seis meses do mandato do Prefeito, porque achamos que as Leis que aí existem não são claras, senão não teria acontecido. Agora, se há Lei que permite, no mínimo, é imoral. Porque, como é que o Prefeito, o Executivo, o detentor de um poder, vai adentrar na receita de seu sucessor? Como vai justificar isso? Como vai justificar a sua defesa quando nós invocarmos a Lei de Responsabilidade Fiscal? Então, para nós as Leis que aí estão não são claras nesse sentido, e é por isso que nós somos proponentes desta Lei, clara, curta, objetiva: proíbe a antecipação de receitas nos últimos seis meses do mandato do Governo, com objetivo de moralizar. É uma imoralidade antecipar receita de outro Governo. E é por isso que nós insistimos, e chama-nos a atenção porque, infelizmente, a contestação do Parecer ao nosso Projeto, que foi desfavorável, foi unânime na Comissão. E eu lamento que haja essa unanimidade no pensamento de que um Projeto de Lei nesse sentido não tem valor, não há necessidade. Eu lamento, e chamo a atenção, não é porque eu faço parte de uma Comissão que eu deva votar, ser um concordino, votar com o Relator, com o Presidente da Comissão. Eu acho que cada um de nós tem que ter mais responsabilidade. É impossível que só eu pense assim aqui; é impossível estar tão errado assim. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, uma das piores coisas que pode acontecer para o ser humano é o regime das certezas. As pessoas que foram educadas com a certeza dos ábacos, das tabuadas e dos afluentes do Amazonas, à direita e à esquerda, numa decoreba insuportável, tiveram como base a certeza, o não-questionamento, a convicção inabalável e definitiva de uma verdade. E é por isso que eu lamento que pessoas como o Ver. Todeschini sejam impulsionadas por essa certeza.

Vereador, as poucas coisas que me impulsionaram na vida foram as dúvidas. O que me impulsionou na vida foi exatamente o questionamento, não saber das coisas. E talvez V. Exª não saiba. Isso é bom para nós da situação, que V. Exª continue pensando exatamente como fez no seu discurso, porque V. Exª não sabe por que o seu Partido perdeu as eleições. Sabe por que o seu Partido perdeu as eleições, Ver. Todeschini? No Orçamento Participativo, porque faltam seiscentas e tantas obras para serem cumpridas, com a promessa da decisão e da execução pelo Executivo. Graças a Deus, peço que V. Exª continue com essa veemência, com essa certeza inabalável, certeza advinda de outra certeza, que era aquela certeza que nós víamos aqui. Uma vez o Ver. Isaac Ainhorn – eu não sei se o Ver. Haroldo lembra disso – quis oficializar o Orçamento Participativo, e a represália foi a vinda aqui de 400 pessoas – a grande maioria CCs, que nós já conhecemos, filiados ao PT - , que não falavam, não protestavam e não confundiam. Não, eles falavam em uníssono. As 400 pessoas aqui diziam exatamente os mesmos versos, os mesmos slogans, a mesma coisa orquestrada, a mesma coisa dirigida, a mesma coisa contaminada ideologicamente. Houve perda da espontaneidade e o dirigismo completo à medida que o Orçamento Participativo foi crescendo. E a posse dos movimentos sociais, que é a característica do Partido dos Trabalhadores, que entra sempre naquele vagão do trem que passa pelo Movimento dos Sem Terra, por exemplo; pelo Orçamento Participativo, que era um método de uma administração, passando a ser o método de um Partido. É por isso que V. Exª, junto com seus companheiros de Partido, amargaram uma das maiores derrotas da história do Partido dos Trabalhadores, seja em Porto Alegre ou as subseqüentes. Então, Vereador, não cumprir o Orçamento Participativo, presidido por um Partido que se caracterizou por um jargão e por uma empáfia insuportáveis, foi causa da derrota do Partido dos Trabalhadores na última eleição, e essa empáfia, essa presidência do Orçamento Participativo, mostrando à sociedade ora o movimento espontâneo, ora o movimento dirigido, é que perde, na sua base, a credibilidade que talvez esteja se restabelecendo quando ele se abre para toda a sociedade, quando não tem Partido, quando não tem um processo ideológico impositivo. Essa é a questão que nós examinamos aqui, e V. Exª, que é competente, que é inteligente, que é brilhante, sabe muito bem a que estou me referindo, pois estou me referindo ao seu discurso aqui de uma idéia excelente que foi abastardada, que foi deturpada, que foi aberrantemente distorcida para um processo que deixou de ser um método administrativo para ser um modelo partidário; é por aí, Vereador, que acho que V. Exª deve reexaminar o seu discurso e ver que não é tão risonha a imagem deixada pelo seu Partido dentro do Orçamento Participativo, mas principalmente porque podemos melhorá-lo, abrindo-o para a sociedade e inclusive oficializando-o.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, gostaria de retomar aqui alguns debates políticos colocados por algumas Vereadoras e Vereadores que me antecederam. O primeiro é um tema recorrente nesta tribuna em relação ao Orçamento Participativo do Município. Primeiramente, quero dizer que temos que comemorar essa concepção que acho que se generalizou, essa compreensão de que o processo da democracia participativa em Porto Alegre, um processo construído ao longo dos anos, foi, evidentemente, um processo apropriado pela Cidade. E quero repetir aqui que esta discussão se o Governo vai ou não continuar o Orçamento Participativo é, evidentemente, um debate com data de validade vencida! Ele já continuou, já está continuando e continuará!

Então, fico surpresa por ouvir os Vereadores que vêm à tribuna dizerem que estavam lá, todas as noites, nas rodadas regionais e nas temáticas do Orçamento Participativo e que, portanto, comprovaram o sucesso absoluto dos debates com a sociedade porto-alegrense nessa fase do Orçamento Participativo, e que, inclusive, presenciaram o crescimento e, às vezes, até 70%, 80%, de crescimento da participação da comunidade nesse processo, que presenciaram, por exemplo, que na Região Centro nunca houve, na história desses 16 anos, nenhuma assembléia do tamanho da assembléia do Orçamento Participativo da Região Centro deste ano, e vêm aqui dizer que o Orçamento Participativo corre risco de se acabar. Primeiro, ele não se acaba, porque, diferentemente de alguns Vereadores que achavam que eram proprietários desse processo e que, terminando seus governos, colocariam-no no bolso e o levariam para casa, foram frustrados nesse intento.

Eu acho que a oposição, legitimamente, tem que fazer críticas aos Governos. Aliás, esse é o papel da oposição. Porém, acho que uma crítica tem que ter o mínimo de fundamento para ter credibilidade. Falar sobre isso é falar sobre um tema já resolvido. O Governo atual falou isso na campanha, cumpre isso; a comunidade porto-alegrense tomou essa decisão histórica, política, e isso, portanto, sai do foco ou da vontade partidária de qualquer Vereador.

Eu também me espanto, porque os Vereadores que vêm, aqui, à tribuna, para tentar dizer isso, eram Vereadores que diziam que eram favoráveis ao processo. Não estou entendendo o que está acontecendo! É evidente que foi um sucesso, é evidente a continuidade do OP, é evidente a posição política oficial expressa pelo Prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, que estava presente em todas as plenárias regionais quando ele estava em Porto Alegre. E ele não estava nas últimas porque nós, inclusive, autorizamos a viagem do Prefeito para ir à Alemanha representar a cidade de Porto Alegre no Congresso Mundial das Metrópoles. Então, vamos ter um pouco de coerência. Nós sabemos disso, sabemos que o Prefeito estava na Alemanha, autorizamos a viagem do Prefeito e aí, evidentemente, nesses três ou quatro dias que ele está na Alemanha, vem um Vereador aqui denunciar que, nesses dias, ele não estava na reunião do Orçamento Participativo. Mas, claro, o Prefeito, por mais competente que seja, não é onipresente: ou ele está na Alemanha ou ele está em Porto Alegre. Agora, parece que, para a tristeza de alguns, ele estava presente nas plenárias, assumiu o compromisso público. Este Governo apóia - como disse no processo da campanha eleitoral - o Orçamento Participativo. Fiquemos todos contentes com a participação do povo de Porto Alegre, independente de quem esteja no Governo. Vamos despartidarizar este debate, vamos colocar os interesses do povo, seu anseio de participação no centro da discussão. Isso é bom para a Cidade, é bom para o Parlamento e é bom para a democracia.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicitamos a abertura do painel eletrônico para o registro das presenças, para ingressarmos na Ordem do Dia. O tempo é de um minuto e meio.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, não tendo havido ainda um consenso definitivo sobre a pauta de votação, solicito a V. Ex.ª uma suspensão dos trabalhos, por três minutos, para podermos democraticamente chegar a um consenso.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está deferido o Requerimento de Vossa Excelência.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h04min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 16h12min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver. Mario Fraga está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. MARIO FRAGA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, conforme orientação da Diretoria Legislativa, nós queremos confirmar com V. Exª se nós podemos fazer uma votação em bloco de 19 Projetos que dão nomes de ruas a Porto Alegre, para, depois, votarmos os Requerimentos.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Evidentemente, que, se não houver nenhuma objeção por parte do Plenário, nós podemos votá-los em bloco.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Questão de Ordem): Desde já, eu faço objeção a essa votação, e faço uma pergunta: em nome de que interesses deixamos de votar o que está no espelho, como o primeiro Projeto de hoje, de autoria do Ver. Adeli Sell, que proíbe as rinhas de galo e de cães no Município, bem como o segundo Projeto, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que também é um Projeto importante, pois normatiza o funcionamento dos estacionamentos de shopping, para, novamente, darmos razões à imprensa quando diz que esta Casa só vota nomes de ruas? Muito obrigado.

 

O SR. MARIO FRAGA: Vereador-Presidente, o primeiro Projeto a que o Ver. Haroldo se refere está no nosso Requerimento, e, com relação ao segundo Projeto a que ele se refere, o próprio proponente do Projeto, o Ver. Nereu D’Avila, não deseja votá-lo hoje.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu só queria saber por que nós não seguimos o espelho desta Casa, votando o primeiro Projeto que está estabelecido no espelho de hoje da Câmara Municipal, ao invés de darmos prioridade aos Projetos que dão nomes de ruas a Porto Alegre. Eu só quero uma explicação. Nada mais do que isso.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, como eu já disse a V. Exª, a nossa intenção é de simplesmente limpar a pauta de votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Mario Fraga, eu creio que a sua colocação já está clara. Eu tenho de me restringir ao Regimento...

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Lamento que eu não tenha tido uma resposta à minha pergunta.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): E o Regimento estabelece, no art. 94, § 3º, que a votação em bloco de projetos ou de emendas da mesma matéria, com pareceres favoráveis, poderá acontecer se houver consenso das Lideranças Partidárias. E o que eu vejo é que não há consenso.

 

O SR. MARIO FRAGA: É o caso. Há consenso.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está havendo consenso?

 

O SR. MARIO FRAGA: Sim.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Bom, se está havendo consenso das Lideranças Partidárias, aí, evidentemente, eu acolho o proposto por Vossa Excelência.

 

O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Requeiro que sejam votados em bloco os Projetos que denominam ruas e logradouros públicos. Em seguida, teremos a seguinte ordem de votação: PLL nº 026/02; PR nº 046/05; PR nº 074/05; PR nº 077/05; e PR nº 039/05.

Passo às mãos de V. Exª o presente Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento, de autoria de Ver. Mario Fraga, referente à alteração de votação dos Projetos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 2189/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 092/04, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua Wilson Vargas um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Espírito Santo.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 2635/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 114/04, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Manuel Zacharias Pacheco um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 3251/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 135/04, de autoria do Vereador Ervino Besson, que denomina Praça Prof.ª Ângela Locatelli um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Guarujá.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 18-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 3738/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 160/04, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Praça Arq. Leo Ferreira da Silva um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema Green.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Carlos Comassetto: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 16-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 4036/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 177/04, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Annita Grossi da Silva um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 4681/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 197/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Hermes de Souza um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 16-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5181/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 216/04, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que denomina Rua Everest um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Carlos Comassetto: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 16-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5279/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 219/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ernani Behs um logradouro público não-cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 16-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5280/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 220/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Nei Remedi um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 16-05-05.

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5296/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 224/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Antônia Zardin Perondi um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 11-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5319/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 226/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Jany Pasin um logradouro público não-cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5351/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 228/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Avenida Antônio Garcia da Costa um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Hípica.

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 11-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5842/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 239/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Jacob Edgar Horn um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 16-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5865/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 243/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Senhor Dario um logradouro não-cadastrado, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-05-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão, em bloco, os seguintes Projetos que denominam logradouros públicos: PLL nº 092/04, PLL nº 114/04, PLL nº 135/04, PLL nº 160/04, PLL nº 177/04, PLL nº 197/04, PLL nº 216/04, PLL nº 219/04, PLL nº 220/04, PLL nº 224/04, PLL nº 226/04, PLL nº 228/04, PLL nº 239/04 e PLL nº 243/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5870/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 249/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Alvaristo Rodrigues o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua A 2, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 16-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5882/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 244/04, de autoria do Vereador João Carlos Nedel, que denomina Rua Sargento João de Castro um logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua D, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-05-05.

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5895/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 247/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua da Libertação um logradouro não-cadastrado, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 18-05-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5896/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 248/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dona Valmira um logradouro não-cadastrado, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-05-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o bloco dos seguintes Projetos que denominam logradouros públicos: PLL nº 249/04, PLL nº 244/04, PLL nº 247/04 e PLL nº 248/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0765/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 026/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que proíbe as rinhas de galo e de cães no Município de Porto Alegre.

 

Parecer:

- da CCJ. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 18-05-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 026/02, de autoria do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente Elói Guimarães, meus caros colegas Vereadores, cidadãs e cidadãos, este Projeto de Lei há tempos se discute aqui na Câmara; no ano passado foi arquivado, e eu o desarquivei. Ele vem na esteira de muitas discussões que nós fizemos aqui nesta Casa, como a Lei dos Circos, que se refere à proibição dos animais em circos, que o Ver. Beto Moesch e eu articulamos com o apoio desta Casa. Nós criamos o Fórum do Bem-Estar Animal, que se reúne na última segunda-feira de cada mês, nesta Casa, sempre sob a égide da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Na gestão passada, quem dirigia as reuniões era o Ver. Sebastião Melo, e nesta gestão é o Ver. Claudio Sebenelo, dando continuidade ao processo anterior, cujas reuniões eram presididas pelo Vereador - hoje Secretário - Beto Moesch.

Este é um Projeto sobre o qual V. Exas devem saber que há algum nível de polêmica, evidentemente. Apesar de nós termos a Lei Federal nº 9.605, que dá toda a justificativa, dá toda a situação legal para que o Município legisle sobre a questão de crimes ambientais, eu estou me baseando, exatamente, na legislação federal. Portanto, a Lei não tem óbice constitucional, não há nenhuma condição de ser argüido qualquer nível de inconstitucionalidade; a discussão é política, a questão é de ambiente, a questão é de compreensão sobre o que significam as rinhas de galos e de cães.

Nós tivemos, recentemente, durante o ano passado, o triste episódio do publicitário Duda Mendonça, que, além da prática da rinha, se envolvia em uma outra contravenção, que era aposta de dinheiro.

Nós sabemos que em Porto Alegre existem locais chamados de rinhadeiros, não só de galos, mas também de cães. Nós sabemos que essa prática existe; no entanto, é um equívoco, é um barbarismo que se faz com os animais.

Eu acredito que as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores tenham recebido vários apelos, e-mails, cartas, telefonemas de instituições e de pessoas, daqui e de outras partes apoiando o nosso Projeto de Lei.

Nós queremos decidir, nós queremos votar, por isso é que nós queremos, nesta tarde, que comecemos a votar Projetos de Lei, e Projetos de Lei que nós possamos fiscalizar, porque, até este momento, nós temos discutido poucos projetos. Os Vereadores têm a obrigação de acompanhar a discussão dos Projetos desde o momento em que eles entram em Pauta. Este Projeto já correu Pauta, já teve discussão, já teve polêmica na imprensa, já foram feitos debates no rádio, na televisão, já passou pelas Comissões, várias Comissões discutiram em anos anteriores. Portanto, não tem desculpa, todo mundo conhece o tema, é preciso tomar posição. A quem é a favor - eu faço um apelo –: votemos hoje, para perder ou para ganhar, nós queremos votar. Depois, nós vamos discutir o voto de cada um. Este é um Plenário soberano, as pessoas têm as suas justificativas, e eu quero apelar para que aprovemos. Se houver contraposição, que as pessoas se manifestem, porque, no encaminhamento, eu colocarei outros elementos para tentar convencer este Plenário, convencer a população de que as rinhas de galo e de cães são uma afronta à ética, à boa conduta e também são um grande sofrimento, o que nós temos que coibir. Portanto, peço o voto de V. Exas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para discutir o PLL nº 026/02.

 

O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, confesso que fiquei meio surpreso ao ver da Ordem do Dia constar esta matéria, este Projeto; ao ver que nós, na Câmara de Vereadores, tenhamos que nos debruçar sobre a medida. Porque, como é público e notório - e basta ler os pareceres das diversas Comissões que o Projeto percorreu, a favor e contra, pela rejeição ou não -, essa matéria é considerada contravenção, ou crime, por legislação federal, e tem, repetidamente, assim sido considerada pela nossa jurisprudência, seja do Supremo seja do Superior Tribunal de Justiça. Já houve leis estaduais, como do Rio de Janeiro, autorizando as rinhas de galo controladas, e foram declaradamente eliminadas por liminares concedidas, depois o mérito confirmando.

Se eu não lesse os fundamentos, se eu não conhecesse o Ver. Adeli Sell, autor do Projeto, que é um homem idealista, que luta, compra desgastes, às vezes, com assuntos conexos, eu teria pensado: “Poxa, quem é que está fazendo essa demagogia de mandar proibir em Porto Alegre o que a Lei Federal proíbe no País todo”? Sei que não é demagogia, e li as intenções que ele mesmo juntou. O autor sustenta que, além das cominações federais, o Projeto implica multas administrativas para quem fizer... Mas, apesar desse intuito, Ver. Adeli Sell – e estou fechado com V. Exª nesse esforço de vetar as rinhas de galo -, eu quero lembrar, aqui, que é tão consagrado que se trata de contravenção ou de crime, que a Polícia Federal, na frente das câmaras, nas redes de televisão, no Rio de Janeiro, há pouco menos de um ano foi lá e prendeu, algemou, uma figura que é pública no País: o marqueteiro do nosso Presidente Lula, o Sr. Duda Mendonça. O homem que ficou célebre pela inteligência, sensibilidade, condutor da campanha eleitoral que elegeu o nosso Presidente, e, no entanto, foi preso, humilhado, junto com outros, no Rio de Janeiro, num rinhadeiro, com batida da Polícia Federal, com aparato, levado preso, com intervenção do Ministério Público e abrigado pela Justiça; ninguém discutiu que isso não seja crime, ou que não seja contravenção.

Agora, se nós dissermos, por um Projeto, para cada Projeto de Lei, que não se pode ter a rinha de galo – apesar de estar na cultura do nosso povo mais simples, inclusive a rinha de cães, que começaram a fazer com os cães da raça pit bull, esses cães preparados, e por instinto, para o combate - e se não nos exibissem essas tragédias a cada momento, eu não entenderia que a gente estivesse discutindo o Projeto, aqui, eu preferiria que a Câmara estivesse preocupada com outros assuntos, porque a Lei não pune só essa crueldade dos galos e dos cães, ela pune a crueldade contra qualquer animal. Nós podemos desfiar a fauna toda, aqui - é proibida a briga do gato com a cobra, eu já vi isso muito no Interior, em que um dos dois morre, geralmente a cobra, então não há tanta revolta, ou tanta celeuma -, mas no Brasil não há touradas, Ver. Dib, porque são vetadas, é crueldade. Mata-se o boi para comer, mas não se permite a judiaria da tourada. Na Espanha é uma cultura aparte.

Então, eu quero dizer, Ver. Adeli Sell, que não vou votar contra o seu Projeto, porque não quero que alguém interprete que aqui se seja favorável às rinhas. Eu vou votar pela aprovação do Projeto, mas vou-me sentir meio como quem diz: “Aprova o Projeto, porque está punindo homicídio em Porto Alegre; aprova o Projeto que pune o roubo ou furto em Porto Alegre”. E olha que eu respeito aqueles que tiveram, lá na sua história, a cultura, criaram-se com isso, do rinhadeiro, etc. e tal. Mas galo, para mim, galo de rinha, só é bom - e não é bom, é excelente -, na panela, Ver. Ibsen. Eu pensava ser uma ave dura e ruim, mas é maravilhosa. Só aceito galo de rinha na panela, e sem nenhuma crueldade. Então, votarei pela aprovação do seu Projeto, mas pedindo que a gente pare por aqui, para que não surjam outros proibindo atos já proibidos pela nossa Lei Penal, pela Lei da Contravenção ou pelo Código Penal.

Era a minha manifestação. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL nº 026/02 e o fará no microfone de apartes.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Fá-lo-ei, Sr. Presidente, em homenagem à simplicidade do tema e à brevidade desta intervenção.

Um projeto desnecessário, Sr. Presidente, às vezes, é mais grave que um projeto nocivo, porque o projeto nocivo será combatido e eventualmente derrotado, e o projeto desnecessário pode ser aprovado e levar à falsa impressão ou de que não temos matéria para discutir, ou de que só agora nos alertamos para a crueldade das rinhas entre animais. Fosse um projeto que vedasse a rinha entre seres humanos, Sr. Presidente, provavelmente seria criativo, e nós proibíssemos o box ou a luta livre entre nós. Mas não, proíbe-se aquilo que está proibido, como disse o Ver. Paulo Odone, e se para cada espécie animal se precisasse fazer uma norma, teríamos de apontar aqui o esquecimento dos periquitos, dos canários e outros que são postos a lutar para deleite deformado de platéias mal-acostumadas.

Sr. Presidente, é difícil ser contra um projeto desnecessário, mas estou com comichão no dedo para apertar o botão da abstenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 026/02.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vereador-Presidente, Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, Ver. Dib, Vossa Excelência usou uma frase correta: “Nós vamos agora realmente nos esclarecer”. Porque V. Exª participou dos debates quando este Projeto esteve aqui para ser votado - se não me engano no ano passado ou no ano retrasado, sei que foi na outra Legislatura, se não me engano, foi trazido pelo próprio Ver. Adeli, para que nós pudéssemos apreciá-lo. Lembro-me de alguns argumentos, Vereador-Presidente, V. Exª que sei que tem ligação com esse campo, e um dos argumentos que eu me lembro de ter ouvido, Ver. Haroldo, é o de que o galo de rinha tem uma vida melhor do que o galo que não está na rinha, porque o outro vai para a panela muito cedo e, muitas vezes, não recebe o menor tratamento, não recebe a menor consideração; o seu pescoço é cortado, destroncam-lhe o pescoço, tudo é feito para que ele tenha uma morte, não interessa se a morte vai ser lenta, vai ser penosa, e o galo que não é de rinha não tem nenhum tipo de proteção. Lembro-me de que os argumentos que foram explanados aqui desta tribuna, a favor do galo de rinha, eram no sentido de que esse, normalmente, era bem tratado, o dono tinha todo o cuidado para que esse galo estivesse sempre pronto, com boas condições para poder servir ao seu intento e que, por isso mesmo, as pessoas deveriam pensar bem antes de votar a matéria, porque, afinal de contas, o galo de rinha é melhor tratado do que o outro galo, o que não é de rinha. Esse foi um dos argumentos que foram utilizados aqui desta tribuna, e lembro-me de que foi um argumento suficientemente forte para fazer com que o Plenário, naquela época, Ver. João Dib, se manifestasse de maneira contrária ao Projeto, porque, naquele dia, o Plenário não aprovou o Projeto que foi colocado em votação. Vejo que hoje - já ouvi o Ver. Paulo Odone e depois o Ver. Ibsen - o Ver. Ibsen disse que tinha uma tendência, pelo menos, a se abster, porque ele acha que um projeto, sendo despiciendo, talvez seja mais nocivo do que um projeto nocivo realmente. O Ver. Odone disse que tem uma tendência a votar favoravelmente, mas ele sabe que o Projeto está praticamente “chovendo no molhado”, e aí ficamos realmente correndo o risco de o aprovarmos aqui, simplesmente por o aprovarmos. Mas, Ver. Paulo Odone, eu posso fazer um texto dizendo assim: “Olha, é proibido que as pessoas sejam deixadas na rua passando fome e passando maus-tratos, e todas elas têm de ser trazidas para um programa”. Eu ouvi sabe de quem essa frase? Do ex-Prefeito Tarso Genro, quando era Prefeito - não foi exatamente com essas palavras, mas ele falou quando foi Prefeito pela segunda vez em Porto Alegre -, que nenhuma criança mais iria permanecer na rua. É claro que não foi feito um projeto, Ver. Nereu, mas nós podíamos fazer um projeto assim. Adiantaria alguma coisa? Como adiantou algo a afirmativa do então Prefeito Tarso Genro: que não iria deixar nenhuma criança nas ruas da Cidade; as crianças triplicaram o seu número nas ruas, Ver. João Dib!

E nós, aqui, infelizmente até agora - como Câmara de Vereadores, todos representantes da sociedade -, fomos completamente impotentes para impedirmos que isso continuasse acontecendo e infelizmente, para nós, esses temas não têm sido debatidos aqui. E, de repente, estamos usando hoje, Ver. Haroldo, a tarde para debatermos a rinha de galo, mas as crianças continuam sem solução e continuamos sem debater esses temas.

Quando nós colocamos um Projeto, como aquele que votamos na segunda-feira, para resolver problemas habitacionais da Cidade, foi dito assim: “Não, isso não deve ser discutido”. Mas quando se vai discutir a rinha de galo, como o Ver. Odone disse: “É um Projeto que não vai ‘feder nem cheirar’, não serve para nada”. Ou como o Ver. Ibsen disse: “É um Projeto despiciendo e, talvez, como despiciendo é mais nocivo do que um projeto nocivo”.

Então, parece, de repente, que votamos sem dar muita atenção, e isso pode representar um perigo para esta Casa. E acho que esta Casa tem de fazer uma reflexão sobre os temas que devem, realmente, preencher os nossos debates aqui, Ver. Ibsen, nas tardes em que estamos reunidos.

Eu acho que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre deveria estar discutindo, hoje, o problema das crianças, o problema das habitações, tantos outros problemas que nós temos para serem discutidos, mas que infelizmente, quando se volta à pauta de votação de projetos desta Cidade, daquilo que vai ser votado, simplesmente, esses projetos são colocados de lado porque não interessa que a Câmara vote projetos com temas importantes.

Eu vou votar como votei da vez anterior, seguindo os argumentos que me foram expedidos pelo Presidente da Casa, inclusive contrários ao Projeto de Lei.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para discutir o PLL nº 026/02.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu fiz campanha, no ano passado, em muitos lugares, fundamentalmente, é evidente, nos espaços de concentração da nossa juventude. Em um domingo ensolarado, fui fazer campanha no nosso Parque Marinha do Brasil. Lá pelas tantas, já cansada, tinha andado por várias regiões, sentei-me embaixo de uma árvore para conversar com alguns jovens. Havia do meu lado, bastante próximo, um cão pit bull. Eu, como sou muito medrosa, já me afastei, porque conheço um pouco das violências que esses cães são capazes de cometer quando são treinados, desde cedo insuflados para isso. E havia um casal bastante apaixonado, com um cocker branco e preto, um cão dócil, etc. Dois minutos depois, Ver. Adeli, largaram, propositalmente, o pit bull para brigar com aquele cão. Eu não preciso dizer o que aconteceu, Ver. João Dib, o pit bull devorou o cachorro na minha frente. Tentava-se separar com um skate – há uma pista de skate ali do lado -, com toda força, não houve tempo. Inclusive, levantei, havia alguns brigadianos ali – eles sempre estão ali para controlar, acertadamente, o uso de drogas por adolescentes e jovens -, e o brigadiano disse-me, naquela ocasião, que não podia fazer nada, porque ele só poderia fazer alguma coisa com o dono do cachorro se o animal estivesse agredindo um ser humano, mordendo um ser humano. O cachorro mordeu e brigou com outro cão.

Nós temos sempre análises para todas as leis, interpretações das leis. A Lei Federal refere-se à crueldade. Eu tenho convicção de que quem cria galos, ou quem cria esses cães para as rinhas, para essas disputas que envolvem um público doentio, talvez não considere isso crueldade, mas uma espécie de esporte, uma prática de lazer: vão, assistem, divertem-se e confraternizam ali. Por certo, devem ser assim esses espaços. Portanto, acredito que nunca é demais regulamentarmos e pautarmos essa questão, porque existem ações, existem leis que nós formulamos para firmar políticas, vazios legais, nós vamos estar afirmando que consideramos este tipo de criação, para essa finalidade, uma crueldade contra animais. Por isso, preenchemos um vazio dessa legislação federal, que especifica crueldade contra todos os tipos de animais. Eu compreendo essas práticas como crueldade. Não tenho a convicção de que todos os colegas e a sociedade como um todo compreende. Por isso acho de extrema importância, num momento como este, quando temos visto esses mesmos animais que são criados para a rinha, no caso dos cachorros, atingirem crianças, morderem e matarem crianças nas ruas. Porque não é o cachorro criado em casa, com carinho, com leite, que sai para atacar, da noite para o dia, instintivamente. Não, eles são educados para isso. Eles são alimentados com sangue de animais, muitas vezes; eles são machucados, maltratados. O Ver. João Carlos Nedel uma vez usou um Power Point para ilustrar um Projeto seu; eu poderia ter trazido um vídeo que recebi, onde mostra como esses cachorros são formados para a crueldade, do que acontece com eles, de como eles são feridos, até odiarem. Eles lembram muito os cães que eram ensinados a morder e a matar única e exclusivamente os negros nos Estados Unidos; eles eram alimentados por brancos e feridos por negros para quando virem um negro, morderem, automaticamente reagirem.

Portanto, nunca é demais reafirmar que esse tipo de prática cruel é, sim, aqui no nosso Município, regulamentado como crime. É sim, uma prática criminosa. Eu não falo isso só em defesa dos animais, Verª Mônica, mas falo também porque acredito que tenhamos que educar as pessoas, para os seres humanos não verem mais como prazer, não verem mais como esporte essas práticas destrutivas da vida como um todo no nosso Planeta. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 026/02.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu recomendo aos senhores que leiam o poema de Fernando Pessoa chamado “Poema em Linha Reta”, onde se faz um exame muito interessante da personalidade do ser humano.

Essa coisa da violência, inata no ser humano; o ser humano violento, que faz guerras; o ser humano fanático, em contraposição ao erótico; o ser humano que admite lutas de boxe, com fraturas graves de crânio; o ser humano que admite luta livre, com agressão física insuportável; o ser humano que brinca com foguetes, e crianças de mãos amputadas...

O ser humano que tem essa violência como característica inata, nesta sociedade infernal, da pressa em que vivemos, este requinte de perversidade e de crueldade me faz lembrar a pergunta de um filho meu, quando eu o recomendava a assistir a uma peça filmada, de origem britânica, de Shakespeare, chamada “Hamlet”, e ele me perguntou: “Puxa, pai, esse filme tem violência?” As nossas crianças procuram a violência nos filmes de televisão. E não há coisa mais violenta que a tragédia grega, mais violenta que a tragédia shakespeariana, mais violenta que a tragédia de Garcia Lorca - “Bodas de Sangue”, “A Casa de Bernarda Alba” e “Yerma”, em que se analisa a infertilidade de uma mulher, e mais do que isso, a infertilidade de um casal. Pois essa violência, esse prazer das arenas romanas, vem à luz para nós, não só na briga entre animais, mas na briga entre os seres humanos.

Se nós não cultivarmos, como disse muito bem a Verª Manuela, e disse com perfeição, o amor pelos animais, a fraternidade e os sentimentos mais lindos e mais construtivos do ser humano pelos animais, teremos dos nossos filhos a violência que nós descarregamos nos animais.

Os animais são violentos? Sim! A perpetuação da espécie é controlada por uma cadeia biológica em que há processo de canibalização, onde há processo de destruição, nós sabemos disso. Jayme Caetano Braun diz que o galo, desde pinto, não briga pelo esforço, mas briga por instinto.

Eu vou votar a favor do seu Projeto, eu, como Presidente do Fórum de Defesa do Bem-Estar dos Animais, não teria qualquer outro caminho, ético e moral.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Claudio Sebenelo, V. Exª colocou bem a questão em duas dimensões. A dimensão do real, que é a crueldade, e a dimensão do sonho, que é o teatro, a literatura; e as pessoas, evidentemente, conseguem fazer a distinção. O teatro, por mais violento que seja - e o cinema também -, é uma representação que nos toca e nos faz refletir. Agora, a dimensão do real é que mostra a crueldade e, sem dúvida nenhuma, aquilo que nos machuca.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu vou pedir licença, fraternalmente, para discordar de Vossa Excelência. O cruel e a bondade, a bonomia e a crueldade estão juntas dentro de cada um de nós. Nós somos id e superego. Nós temos a agressão, a violência dentro de nós. Cada um de nós tem o Eros e Tânatos, o inferno, o ruim e o bom, o amor e o ódio. Eles estão juntos no mesmo ser humano. Por isso eu termino com a primeira frase que disse, e gostaria que cada um de vocês lesse, de Fernando Pessoa, o “Poema em Linha Reta”. Ali, nós vamos encontrar a resposta do grande enigma que é o ser humano e este extraordinário assunto que vem para nós, que é a rinha de galo, e o rinhadeiro pode ser de gaúcho. O rinhadeiro pode ser, Sr. Presidente, das nossas tradições. Mas acho que haverá o momento, quem sabe, em que começaremos a ensinar aos animais a paz que muitos deles já estão nos ensinando. Quem sabe se nós trouxemos para o debate, para a discussão, uma outra forma muito mais bonita chamada “a pomba branca da paz”.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir o PLL nº 026/02.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, desejo consignar o meu voto favorável ao Projeto de Lei do Ver. Adeli Sell que proíbe rinhas de galos e cães no Município de Porto Alegre. Para mim, que participo uma vez por mês do Fórum dos Animais, nesta Casa, é inconcebível que pessoas se divirtam com esse tipo de procedimento. No mínimo, se os bichos não morrem nas rinhas de galo, eles ficam dilacerados, ou seja, não saem, em hipótese alguma, numa situação boa.

Eu gostaria também de citar, aproveitando o Projeto do Ver. Adeli Sell, que assim como eu fui a favor do Projeto que proibia a exibição de animais em circos... E aproveito a oportunidade para relembrá-los de que os elefantes que dançavam, encantando a todos que assistiam ao espetáculo circense, aprendiam esta arte por meio de uma chapa de metal aquecido, queimando suas patas e sendo obrigados a ouvir repetidas músicas que condicionavam seus movimentos por reflexos imediatos ao som que se propagava. Ora, o maior espetáculo da Terra! Como assisti-lo e como levar os nossos filhos? O mesmo eu diria para as brigas, para as lutas de galos de rinha e de cachorros.

Eu gostaria ainda de registrar, afora isso, como diz o Vereador em sua Exposição de Motivos, que somos obrigados a testemunhar, diariamente, os maus-tratos que carroceiros impõem aos seus cavalos nas nossas cidades. E eu gostaria, como comentário final, de dizer que (Lê.): “Embora já exista Lei Federal que trate dos Crimes Ambientais, Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, onde na seção I, art. 32, dispõe acerca dos Crimes contra a Fauna, proibindo a prática de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, nada impede que exista uma lei municipal especificando a proibição das rinhas de galo e de cães.

A competência da União para legislar poderá ser privativa ou concorrente. A competência concorrente da União com Estados e Distrito Federal que está elencada no artigo 24 da Constituição Federal, incisos I a XVI, contempla no inciso VI a matéria abordada no presente Projeto de Lei.

A competência concorrente da União sobre as matérias indicadas nos incisos acima citados se limita a estabelecer normas gerais. Por outro lado, a Constituição não situou os Municípios na área de competência concorrente do art. 24, mas outorgou-lhes competência para suplementar a legislação federal e estadual no que couber, o que possibilita aos Municípios disporem especialmente sobre as matérias arroladas no artigo 24 da Constituição Federal e aquelas a respeito das quais se reconheceu à União apenas a normatividade geral.

Portanto, apesar da existência de legislação federal tratando do tema, nada impede que o Município legisle sobre o mesmo assunto, devendo porém atentar para o princípio da simetria das leis”.

Eu quero dar os parabéns ao Ver. Adeli Sell que, mais uma vez, nos dá a alegria de fazer um Projeto em defesa dos animais. O meu voto é favorável.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 026/02.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu me motivei a vir discutir este Projeto que está na Ordem do Dia, porque, às vezes, me parece que nós definimos, aqui, na Câmara Municipal, alguns padrões, não só nas questões dos Projetos - pois parece que alguns são mais importantes que outros, parece que alguns são de grande relevância, do ponto de vista de alguns Vereadores que vêm a esta tribuna e deles falam a respeito. Este Projeto, para mim, é de extrema importância, uma vez que ele traz no seu bojo de discussão a questão dos animais e do que significam para a nossa Cidade, para nós, como seres humanos. Não me refiro só aos galos - e, aqui, falavam sobre as rinhas de galo -, mas, sobretudo, à questão das rinhas de cães. Parece que, para alguns, isso é uma questão menor, parece que isso não é importante. E eu quero dizer, com referência a este Projeto, que, principalmente em relação à proibição da rinha para os cães, nós estaremos, quem sabe, ousando, Ver. Sebenelo, que veio aqui e fez uma explanação teórica brilhante, a preservar vidas pit bull humanas. Por que eu digo isso? Porque a questão da rinha do, por exemplo, como é propagada em nosso Estado, pode ter motivado aquele crime que aconteceu, aquele assassinato que aconteceu em Pelotas, da menina que foi cruelmente atacada por um cão pit bull. Há suspeitas de que naquela região havia rinhas de cachorros pit bull. Há suspeitas, os jornais publicaram isso. Para mim este Projeto é fundamental. Isto significa a valorização da vida. É de extrema importância que o Ver. Adeli Sell tenha a coragem de trazer essa discussão aqui. Por quê? Porque se trata da vida dos animais e, sobretudo, em relação aos cães, da vida das pessoas, das crianças que ficam ao seu entorno. Talvez aquele pai, na sua ingenuidade, não tenha percebido a gravidade do que era criar um cão pit bull, motivado por uma questão econômica, tentando, por meio dessas rinhas clandestinas, conseguir a sobrevivência de sua família. E, tragicamente, houve aquele acidente. Por quê? Estimulados por essas questões de rinhas de galos e de cães em todas as cidades de nosso Estado. Quero dizer que não é uma questão menor, ou que não é uma lei menor. Se nós, Vereadores e Vereadoras desta Casa, lermos a justificativa do Projeto elaborado pelo Ver. Adeli, veremos que, desde a era Vargas, há um Decreto no nosso País que combate a crueldade contra os animais. Então, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, não é uma questão menor! Não é uma discussão menor do que tantas outras, com tantos outros temas de relevância aqui nesta Casa! Parece-me que está havendo uma certa discriminação em relação a alguns Vereadores, quando apresentam as suas propostas e seus projetos. Isso nós não vamos tolerar! Regimentalmente, nós temos que colocar em discussão, podemos e vamos fazer isso sempre na Ordem do Dia, usaremos esses espaços para isso, para dizer que todas as propostas apresentadas nesta Casa não são de menor relevância! Não o são e não deixaremos que se torne esse um discurso comum nesta Casa!

Parece que os projetos apresentados principalmente pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, de certa forma, às vezes, acabam sendo levados para esse olhar ou para esse jeito de fazer. Nós não aceitaremos isso, não aceitaremos esse discurso, e vamos desconstituí-lo, principalmente neste Projeto! Não é uma questão menor a questão dos animais e da vida na nossa Cidade!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLL nº 026/02.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e todos que nos assistem nesta tarde aqui e também nas suas casas, eu pensava, Ver. Adeli, que este Projeto seria de fácil debate, praticamente unanimidade, mas vejo que temos uma certa polêmica em relação a ele. Creio, como já o disseram diversos Vereadores, que isso reflete concepções de vida, visões filosóficas diferenciadas. Mas quero começar pela primeira objeção, que diz que este assunto já estaria contemplado, Ver. Haroldo, na Constituição Federal, já estaria contemplado na legislação estadual, já estaria contemplado na Lei nº 9.605, de 1998, que trata dos crimes ambientais. Porém, li a Constituição Federal, li a Constituição Estadual, li a Lei que está incorporada ao Processo, e só há uma definição geral, uma proibição geral: “proibida a crueldade contra animais”. Agora, a rinha de galos é considerada crueldade contra os animais ou não? A rinha de cães é considerada crueldade ou não? Na verdade, o ser humano nada faz senão deixar os animais lutarem. Então, pode-se até dizer que não há responsabilidade do humano, porque é uma questão que escapa do seu controle.

Então, na verdade, não existe hoje nenhuma legislação federal e estadual que trate da rinha de galos, que trate da rinha de cães. Portanto, é falso dizer que é desnecessária uma legislação, temos que ir para o conteúdo: é válido ou não é válido esse tipo de ação? A Verª Manuela trouxe aqui um exemplo que, eu creio, pode ser desdobrado, daquele cão treinado, criado, selecionado geneticamente para ser um cão de briga e que trucidou um cão doméstico. Mas esse cão, treinado e preparado para briga, não trucida somente animais domésticos, ele acaba de trucidar, há poucos dias, uma criança, filha do próprio dono do cão. Esse tipo de cão tem trucidado crianças na rua, ou de vizinhos, tem trucidado, às vezes, os próprios adultos. Isso mostra, então, que essa seleção de animais para a luta não é algo tão cândido, tão natural. A natureza, inclusive, muitas vezes, não cria essas linhagens, é o ser humano, como disse o Vereador aqui, que muitas vezes o cria. Outros argumentam que, muitas vezes, o galo de rinha é melhor alimentado do que o galo comum. Olhem o perigo desse argumento. Poderíamos chegar a dizer, Verª Sofia Cavedon, que, quem sabe, tomaremos as crianças de rua que estão mal alimentadas, as alimentaremos bem, as prepararemos na arte da luta, como faziam com os gladiadores, e serão crianças de rua bem nutridas, preparadas para a luta, e as colocaremos nas arenas para que os ricos se deleitem vendo-as matarem-se. Mas terão tido, Ver. Dr. Goulart, uma vida regalada durante algum tempo, e isso justificará.

Então, no fundo de todas essas argumentações, seja dos animais, seja dos humanos, temos uma visão de crueldade, uma visão de violência, uma visão que é o substrato do nazismo, do fascismo, das aventuras guerreiras, da civilização destruidora.

Então, creio que parece ser uma pequena Lei, que trata até de um costume, pois nós sabemos, no nosso Estado, o costume da rinha de galos, que colocam os galos a brigarem até a exaustão, até a morte, e as pessoas apostando e divertindo-se com isso.

Mas nem sempre o que é costume, Verª Mônica Leal, o que é tradição é justo e é correto, e se a humanidade avança, avança porque contesta as tradições equivocadas, contesta culturas que não correspondem a uma crescente humanização da sociedade humana.

Por isso, nós votaremos favoravelmente ao Projeto do Ver. Adeli Sell, e até estranhamos posições que se rebelam contra o Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 026/02, por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, dizer que nós não temos legislação para proibir abusos com animais ou que nós temos algum tipo de legislação que dê suporte para que se mantenham rinhas de cães ou de galos, olha, isso é desconhecer completamente o arcabouço legislativo nacional. O próprio Ver. Adeli Sell, que apresentou este Projeto, traz aqui várias legislações – várias legislações – que proíbem a prática de abuso, maus-tratos, ferir, mutilar, coisas que protegem o animal para que – é claro –, nós, seres humanos, não sejamos perversos com os chamados irracionais.

Foi trazido um tema aqui que me agradou muito, Ver. Gerson Almeida: treinar crianças para sair lutando pelas ruas da Cidade. No ano passado, eu abordei esse tema aqui, porque, na Rua Washington Luiz, ao invés de alimentar as crianças que estavam nas ruas, ao invés de dar um condicionamento para que essas crianças pudessem assumir um emprego, Ver. Brasinha, sabem o que foi feito? Essas crianças foram colocadas para aprender artes marciais. Eles estavam ali para aprender artes marciais. E eu dizia: “Olha só, colocaram para aprender artes marciais para depois baterem no guarda”. É o que estava acontecendo até o ano passado, Verª Neuza Canabarro. Então, aquilo que foi falado aqui que seria um crime, esse crime foi praticado na gestão passada. Ora, se nós não podemos cometer abusos, maus-tratos contra animais, então o que estou votando aqui, hoje, é realmente uma legislação – que me desculpe o autor, por quem tenho muito respeito, o Ver. Adeli Sell – despicienda.

O Projeto diz que não pode haver rinha de galo ou de cães ferozes, mas quem disse que pode? Onde está a legislação que cria esse direito às pessoas de terem essas rinhas? Não existe! É contravenção penal.

Agora, parece que há um Projeto tramitando na Casa – eu nem sei de quem é, mas eu já vou declarar o meu voto, Verª Neuza, antecipadamente -, proibindo a criação de cães ferozes, no caso de pit bull e outras raças ferozes, que têm causado acidentes. Esse Projeto, eu vou votar favoravelmente. Eu não sei de quem é, mas eu já ouvi dizer que há um Projeto que começou a tramitar aqui, nesse sentido. Aí sim, porque dizer que pelo fato de votar este Projeto que proíbe as rinhas, nós estamos também evitando esses acidentes que têm acontecido envolvendo crianças e até com mortes, que isso vai proibir ou que vai evitar esses acidentes, ora, isso é uma falácia. Não é correto, não é verdadeiro. Eu até posso dizer que o autor do Projeto deve ter toda a boa vontade de realmente causar um efeito positivo com relação à proteção dos animais, mas esta legislação vai ser apenas alguma coisa a mais, Vereador. Não é ela que vai proibir o abuso contra os animais, não é ela que vai proibir a rinha, nem de galos, nem de cachorros. Se alguém está votando aqui pensando que vai criar uma proibição nova está completamente enganado. Nós não temos essa possibilidade, hoje, de criarmos rinhas pela Cidade, é proibido, até porque nós sabemos que isso é feito ligado a jogos.

Então, por favor, não enganem a população dizendo que quem votar favorável está a favor dos animais e quem votar contrário está contra os animais. Isso é perverso, isso é cruel e faz parte de uma grande ignorância que nós não podemos permitir, aqui, que sejam passadas como verdadeiras essas afirmações, para que os telespectadores ou as pessoas que assistem a este debate possam realmente ser enganadas. Quem está votando a favor do Projeto está “chovendo no molhado”, é alguma coisa que já não pode acontecer. E quem votar contra, também está proibindo alguma coisa numa legislação que não vai adiantar de nada. Agora, proibir a criação de cães ferozes, ah, com certeza absoluta, quem tiver com este Projeto vou votar favoravelmente. Não sei de quem é, não sei se é do Ver. Nereu D’Avila, que, de vez em quando, costuma vir com projetos desse tipo, mas eu voto favoravelmente, porque acho que nós não podemos mais permitir que cães ferozes sejam treinados pelas ruas da Cidade.

 

O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, obrigado pelo aparte. Duas coisas só: primeira, não fui discutir o Projeto, V. Exª e outros estão discutindo muito bem, com brilhantismo, só que o Projeto, como todas as coisas, deve ser amplo. O Projeto só fala em rinha de galo e de cães, possivelmente de pit bull, e existe rinha de pintassilgo e outras rinhas em que também há a mesma crueldade. Acho que o Projeto deveria ser mais amplo; segunda, sobre a questão que V. Exª colocou, a dos animais, por exemplo, eu ouço Vereadores – não V. Exª, mas outros – virem à tribuna e defenderem a proteção aos animais - que eu também defendo, assim como V. Exª -, só que também leio no jornal que está entrando nesta Casa um Projeto para esterilização de pit bull.

Sobre o pit bull todo o mundo conhece a minha posição, só que tem de falar no dono do pit bull, se ele treina o cão para matar. Então, se defende os animais, pit bull também é irracional. E como o Paulo Sant’Ana disse – e eu faria, V. Exª faria –: “matou a pauladas o seu pit bull que matou o filho”, foi um momento de grande tragédia humana. Agora, o pit bull morreu sem saber por que estava morrendo, porque ele é um irracional e, possivelmente, estava com fome. E quem deixou ele com fome? Então, nós temos de fazer uma discussão bem mais ampla, porque nós temos de ser coerentes. Nós defendemos os animais? Pit bull também é animal. Então, eu sou contra esterilizar pit bull. No entanto, fazer uma legislação que proíba que o pit bull esteja no meio das pessoas, que ele não seja treinado para matar, que ele não seja uma arma para defesa do patrimônio, aí, sim, nós estaríamos fazendo uma ampla discussão, e não uma discussão parcial.

 

O SR. LUIZ BRAZ: É verdade, esta discussão é uma discussão muito boa, que nós temos de fazer, realmente, aqui nesta Casa, porque eu acredito que isso vai ajudar muito no sentido de fazer com que nossa sociedade possa ser uma sociedade melhor.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLL nº 026/02.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu me criei tendo, como um dos meus divertimentos, galos de rinha. E os meus eram os melhores lá na Região de Iraí, de Frederico Westphalen. Eu fui campeão com galo gagino, galo osco. Foi um tempo fantástico! Mas as coisas passam na vida da gente. Eu, particularmente, não quero entrar no mérito da validade do Projeto, mas esta discussão foi para uma direção tal que, se a gente não se pronunciar, o eleitor, o ouvinte e o telespectador começam a imaginar que nós estamos divididos, ou seja, que uns são contra e outros são a favor das rinhas de galo e de cachorro.

Então, eu quero dizer, desde já, que vou votar favoravelmente ao Projeto. Eu só lamento uma coisa. Alguns Vereadores falaram sobre a fragilidade do Projeto, dizendo que ele deveria ser mais abrangente. Eu só vou lembrar que os Vereadores perderam a oportunidade, pois poderiam ter apresentado emendas a este Projeto. Então, nós não podemos subestimar a inteligência dos nossos telespectadores. A oportunidade que os Vereadores tiveram de apresentar emendas, fazendo com que este Projeto fosse mais abrangente, já passou. Eu, sinceramente, não me dei conta disso; caso contrário teria apresentado emendas. Mas eu quero frisar que sou favorável ao Projeto. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a discussão. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Mario Fraga, o PLL nº 026/02. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 16 votos SIM, 8 ABSTENÇÕES.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 0117/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 046/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede à Feira Ecológica da José Bonifácio o Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 09-05-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 046/05. (Pausa.) O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, prezado público das galerias e do Canal 16 que nos assistem. Em relação ao Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger, nós temos, primeiro, que aqui afirmar a grandeza e a representatividade que tem para nós, porto-alegrenses, gaúchos, brasileiros, o que podemos considerar uma homenagem ao pai da ecologia no Rio Grande do Sul, no Brasil e, por que não, um dos precursores desse tema na América Latina, no Terceiro Mundo. Todos nós acompanhamos a vida e as posições de José Lutzenberger, muitas delas polêmicas, com controvérsias, mas, na sua essência, sempre fez a defesa de um planeta que pudesse se preocupar com o seu futuro e na base da sua sustentação a qualificação dos recursos naturais renováveis e não renováveis. Oferecemos este Prêmio para Porto Alegre, Sr. Presidente, no momento em que oferecemos para a Feira Ecológica da José Bonifácio, um projeto que se implantou no início da década de 90, um projeto que se qualificou e se afirmou como um espaço público que referencia a produção econômica sustentada no conceito da agricultura ambientalmente correta, no qual um conjunto de entidades participa. E poderia citar algumas delas aqui, como a Cooperativa Colméia, que é referência mundial hoje em termos de produção e de qualificação desse espaço; temos a Cooperativa Arco-Íris, a Associação Gaúcha dos Apicultores, a Associação Gaúcha dos Criadores de Cabras; temos, Ver. João Dib, um conjunto de entidades que referenciam a essência da pequena produção e a essência da qualificação de um processo que valoriza, não só o homem do campo, que valoriza não só essa referência da relação campo/cidade, ou seja, também o espaço rururbano, e que convive hoje com a Cidade como um exemplo de produção limpa. Portanto, é possível, sim, apostarmos, cada vez mais, nesse tipo de produção, de relacionamento, e nessa qualificação tecnológica ambiental, cultural e econômica.

Nesse sentido, nós esperamos que esta Casa analise e afirme esta disposição de nós homenagearmos com o Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger, não só o nome desse grande homem que defendeu o meio ambiente - e cujas idéias continuam rodando pelo mundo -, mas, também, um público que se integrou ambiental, cultural e economicamente à nossa Cidade.

A Feira da Av. José Bonifácio, em Porto Alegre, para aqueles que não conhecem, é um exemplo, uma referência e um espaço onde se trabalha. Eu quero citar uma expressão do Frei Beto que ouvi há muito tempo: “Uma cidade deve ter três efes: primeiro, é acreditar em algo, ter projetos, ter fé; segundo, é que deve ter feira, espaço para relacionar-se, conviver, trocar as experiências; e o terceiro é que uma cidade deve ter festa e alegria”.

Ali na Av. José Bonifácio, nós temos um espaço construído pela cidadania porto-alegrense, sobre o qual podemos dizer que essa possibilidade da cultura, das relações econômicas e da sustentação ambiental é uma realidade. Nesse sentido, peço a todos os Pares desta Casa que aprovem esta indicação do Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger à Feira Ecológica da Av. José Bonifácio. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PR nº 046/05.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e público que nos assiste pelo Canal 16, agora, nesta Sessão, venho também para me congratular com a iniciativa do Ver. Carlos Comassetto e com a proposição do Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger à Feira Ecológica conhecida como a Feira da Colméia, Feira do sábado de manhã na Av. José Bonifácio, onde é apresentada, oferecida para a Cidade a alternativa de produtos orgânicos ou também chamados de sem veneno, sem agrotóxico. E é uma discussão e uma experiência muito importante, em face do crescimento de consciência que as pessoas têm para com a saúde pública, representada a partir do consumo desses elementos, desses produtos hortifrutigranjeiros produzidos em ambiente natural.

Eu estou aqui com uma revista que recebi, por isso faço questão de fazer este registro, porque diz respeito, sim, a uma possibilidade econômica extraordinária, inclusive sendo o Brasil um dos países pioneiros e líderes da geração de tecnologias limpas; nós já temos o domínio do plantio direto e muitas outras conquistas, mas tivemos na geração de tecnologia um pioneirismo interessante na área da produção verde, na produção de produtos sem agrotóxicos, e esta revista, chamada Dinheiro Rural, traz a seguinte manchete (Lê.): “Empresários rurais despertam para os alimentos sem agrotóxicos. O mercado de 300 milhões de reais no Brasil e de 27 bilhões de dólares no mundo que cresceu 300% em dois anos”.

Vejam, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a importância desse tema na liderança que nós podemos exercer como País pólo de produção de alimentos sem agrotóxicos, de alimentos limpos, tanto no mercado nacional como no mercado internacional, para que a gente possa melhorar as condições de desenvolvimento e sustentabilidade.

Por isso, parabéns ao Ver. Comassetto pela iniciativa de premiar a nossa Feira da José Bonifácio com o Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger. Muito obrigado, Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a discussão. Em votação o PR nº 046/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 1609/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 074/05, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que destina Sessão Solene alusiva à comemoração do Aniversário da Extensão Rural no Rio Grande do Sul, a ser realizada, anualmente, no dia 2 de junho, ou em data imediatamente posterior.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 16-05-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 074/05. (Pausa.) O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, por este Projeto de Resolução o Vereador requer Sessão Solene para comemorar, todos os anos, o aniversário da Extensão Rural? É isso que V. Exª pede? Contraria o novo Regimento que diz que haverá Sessão de homenagem somente em aniversários de cinco em cinco anos, não pode ser todos os anos. E nós vamos, aqui, institucionalizar uma Sessão Solene todos os anos, porque é aniversário da Extensão Rural?

O que está fazendo esta Câmara? Fazendo Sessões Solenes e institucionalizando aniversários? Eu peço que o ilustre proponente estude melhor este Projeto. Se for uma Sessão Solene para o 15º, para o 20º ano, eu acho que tudo bem, mas ele quer institucionalizar em resolução uma Sessão Solene todos os anos, todos os dias 2 de junho.

Ora, meu Líder Claudio Sebenelo, acho que estamos aqui para fazer, porque cada Vereador tem direito, agora, pelo novo Regimento, a uma Sessão Solene por ano. Então, é muito fácil eu colocar um Projeto de Resolução dizendo que quero uma Sessão Solene para o aniversário tal, em homenagem a tal entidade. E aí, como é que fica a Câmara?

Então, eu discuto, meu caro Ibsen, exatamente contrariamente a essa aprovação. Nós já temos Sessões Solenes em demasia. Assim, nós temos: aniversário da Brigada Militar, no dia 18 de junho; homenagem à Polícia Civil, ao Estado de Israel, ao Dia das Mães. Eu acho que nós temos que parar um pouco para olharmos para dentro da Câmara e vermos o que realmente nós estamos fazendo. Eu discuto e gostaria que a minha Bancada me acompanhasse, na votação, contrariamente a este Projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PR nº 074/05.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não ia discutir a matéria porque me parece um assunto absolutamente pacífico: ninguém questiona a importância da Extensão Rural, o papel que ela tem tido e ela ter sobrevivido 50 anos como principal elemento de apoio, de desenvolvimento, de suporte à agricultura do Rio Grande do Sul, à agricultura do Brasil e à agricultura de todas as cidades, inclusive à de Porto Alegre.

Talvez, Ver. Nedel, haja muitas Sessões Solenes sem muita importância, ou sem preocupações maiores, assim como há muitas Sessões Solenes que têm marcas, que têm importância, que resgatam a cultura e a memória.

Nós fizemos esta proposição não apenas para fazer constar mais uma Sessão Solene; estamos fazendo esta proposição porque, nos últimos tempos, a Extensão Rural no Brasil sofreu abalos e desmontes. Em alguns Estados ela foi extinta, não existe mais, como é o caso de Santa Catarina; em muitos outros Estados brasileiros, onde os agricultores já tinham dificuldades, eles ficaram completamente desamparados. Mas, graças à lucidez e à diferença política, aqui no Rio Grande do Sul a Extensão Rural se manteve, e muito bem, é referência, tem programas, apóia os agricultores, é o braço da aplicação do Crédito Rural, e é o braço da aplicação da Extensão Rural, da tecnologia, do apoio aos agricultores. Por isso, ela tem que ser mantida e tem que ter uma discussão, em memória. E aqui eu quero fazer uma referência: quem salvou a Emater, no Rio Grande do Sul, quem começou a reerguer, foi o Governador Alceu Collares, porque ela estava sendo desmontada pelo Governo anterior, que deixava os extensionistas, os escritórios, à mercê da vontade de cada Prefeito. E foi o Collares, como Governador, que revitalizou a extensão, e depois, com o Governo Olívio Dutra, passando a tormenta do Governo que intermediou o Governo Collares e o Governo Olívio Dutra, que também estava trabalhando no desmonte acelerado, foi mantida e continuada. E a Extensão Rural é, sim, um elemento de desenvolvimento, de inclusão social, de assistência às comunidades, especialmente às mais carentes.

E por isso que não é mais uma Sessão para constar, é uma Sessão para estar como principal, como importante, como algo que diz respeito à economia, ao desenvolvimento, ao bem-estar e à inclusão social dos gaúchos, dos porto-alegrenses, que têm, nos escritórios da Emater, talvez, um dos principais apoios em cada cidade, em cada comunidade.

Há muitos lugares, Sras Vereadores, Srs. Vereadores, em que o extensionista é figura tão importante quanto o Prefeito da cidade. É figura tão importante – e, às vezes, mais importante e mais reconhecida do que o Prefeito -, porque lá fica 10, 15, 20 ou 30 anos, prestando apoio, assistência, prestando, enfim, toda a solidariedade que as pessoas precisam.

E, portanto, não é aceitável o argumento do Ver. Nedel de que nós vamos ter mais “uma” Sessão. Se ele queria alterar, ele deveria ter feito emenda ao Projeto, porque, então, poderíamos discutir, na forma de emenda, um aperfeiçoamento; isso seria bem-vindo. Não o fez, e, portanto, agora, não vale vir aqui ...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Para concluir, nobre Vereador.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: E negar-se a votar a proposição que está na Ordem do Dia. Portanto, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, peço apoio dos Pares para a aprovação deste Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para discutir o PR nº 074/05.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, enquanto eu escutava o Ver. Nedel nos fazendo uma advertência saudável, eu me lembrava de um slogan de uma campanha de trânsito; adaptando, digo: "Não faça do art. nº 81 uma arma. A vítima pode ser você”. Esse art. 81 da Lei Orgânica está um pouco anacrônico, Sr. Presidente; ele é do tempo em que esta Casa tinha três Comissões. Com seis Comissões hoje é quase impossível, em 30 dias, que haja a apreciação da matéria quanto à sua juridicidade e quanto ao mérito, eventualmente. Eu não nego que esta matéria sensibilize a todos nós, mas nós decidirmos por mais uma Sessão Solene anual sem termos tido a oportunidade de examinar conveniência e legalidade é uma violência ao processo legislativo. Estou-me associando a um Projeto do Ver. Antonio Dib que está elastecendo o prazo para que se aplique o art. 81 da Lei Orgânica para o tempo de 60 dias; acho prudente. Eu estou propondo uma Emenda, Sr. Presidente, por meio da qual os Presidentes de Comissão indicarão para parecer, em plenário, os relatores, e, em não o fazendo, os Presidentes de Comissão; V. Exª, o Presidente da Câmara, designará relatores para que dêem parecer em Plenário. Assim se atenderia a urgência do art. 81, mas não teríamos a apreciação de nenhuma matéria sem o crivo das Comissões competentes. Enquanto isso não acontece, eu acho prudente a advertência que nos faz o Ver. Nedel.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PR nº 074/05.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu faço uma pergunta ao Ver. Comassetto, indagando quando é que ele está falando daquilo que pensa com referência aos agricultores na nossa Cidade, de maneira correta, dentro da sua ideologia, dos seus pensamentos. A pergunta, Ver. Ibsen, é a seguinte: é agora, quando ele está sugerindo esta homenagem, numa Sessão Solene para aniversário da Extensão Rural do Rio Grande do Sul, ou foi na época em que ele ajudou a terminar, aqui, com a Zona Rural em nossa Cidade? Eu não sei qual é o Ver. Comassetto amigo dos agricultores! Era aquele que, naquela época, não queria que tivéssemos aqui, em Porto Alegre, Zona Rural? Ou é esse aqui? Porque, afinal de contas, nós, Ver. João Dib - e lembro-me que V. Exª tentou -, tentamos impedir, naquela época, que se terminasse com a Zona Rural. Mas eu me lembro que o Ver. Comassetto...

 

(Intervenções fora do microfone.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Certo, o Projeto é do Ver. Todeschini, que é da mesma Bancada do Ver. Comassetto, mas peço desculpa a V. Exª, Ver. Comassetto, pois tinha sido informado de que o Projeto era de V. Exª, mas volto-me para o Ver. Todeschini, que é da mesma Bancada. Eu pergunto: qual é o pensamento real? É aquele que terminava aqui com a Zona Rural, Ver. João Dib? Ou é este, agora, que fala em homenagem?

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu apresentei uma Emenda para que a Sessão Solene seja realizada a cada cinco anos, e o autor do Projeto concorda com a Emenda. Eu acho que podemos votar favoravelmente, e agora, em junho, ele poderá fazer a Sessão Solene de aniversário, parece que são 50 anos.

 

O SR. LUIZ BRAZ: A cada cinco anos. Mas V. Exª concorda comigo que naquela época em que terminamos aqui - claro que contra o nosso voto, contra de V. Exª, contra o meu voto - com a Zona Rural da Cidade, que representava 30% da Cidade, do nosso território, essas mesmas pessoas que querem homenagear hoje a Zona Rural estavam prestando, na verdade, acho que um desserviço para aqueles que hoje se encontram na Zona Rural da Cidade. Não é Vereador, meu querido amigo, Ver. Ervino Besson?

Eu lembro que nenhum argumento nosso, naquela época, conseguiu sensibilizar a Bancada do PT, nenhum argumento, nenhum. Então, olhem só, homenagear hoje o aniversário da Extensão da Zona Rural, quando aqui acabamos com ela! E aí nós vamos homenagear aqui, em Porto Alegre, quando nós acabamos com a Zona Rural! Então, quem sabe, Ver. João Dib, quem sabe, Vereadores, nós vamos votar a homenagem; o Ver. João Dib vai desarquivar o Projeto dele que faz voltar a Zona Rural. Um pedaço da Zona Rural pode ser até redesenhada, não precisam ser aqueles 30% de antes, mas quem sabe, Ver. João Dib, V. Exª desarquiva o seu Projeto, e nós vamos votar aqui a volta da Zona Rural para que possamos fazer realmente essa homenagem incluindo Porto Alegre. Porque nós vamos fazer esta homenagem e vamos retirar Porto Alegre da geografia daquelas cidades que possuem uma Zona Rural.

 

O Sr. Gerson Almeida: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Gerson Almeida, V. Exª sempre enriquece o meu pronunciamento com os seus apartes.

 

O Sr. Gerson Almeida: Ver. Luiz Braz, a Câmara formará uma Comissão para rediscutir o Plano Diretor, acredito que V. Exª estará presente nela. Vai ser uma boa oportunidade, passados cinco anos, de fazer-se uma avaliação do conjunto do Plano. Agora, tenho convicção de que um estudo mais detalhado desses cinco anos possa sustentar, à luz já do distanciamento desse período, que aquela polêmica a respeito da extinção ou não da área rural não tenha sido bastante bem resolvida pela Câmara na construção que fez. Porque, na verdade, ao invés de ampliar o ímpeto imobiliário para aquela Região, criou mecanismos que puderam estabelecer melhor controle da Câmara, da Prefeitura sobre aquela área. Inclusive, como subproduto, a Câmara aprovou, por unanimidade, o IPTU zero para aquela área, exatamente para garantir a natureza de preservação da propriedade rural. Então, nós teremos oportunidade de debater mais.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Gerson Almeida, eu quero só dizer a V. Exª – eu sou um estudioso de leis – o seguinte: nem a Câmara, nem o Município de Porto Alegre criaram o IPTU zero. Existia, antigamente, no Imposto Territorial Rural, no ITR antigo, para propriedades até 30ha, a imunidade, não é nem isenção, isso está lá na Constituição. Então, por meio de uma Emenda deste Vereador, nós acabamos passando, também, para aquelas áreas que estavam na Zona Rururbana, em que iria incidir IPTU, passamos a isenção, não mais a imunidade para aquelas áreas até 30 hectares. Mas, então, nós não criamos nada de novo, não há nada, na verdade, que foi dado para aqueles proprietários daquelas zonas, daquelas propriedades em Zona Rural, porque ali praticamente é difícil ter alguma coisa a mais que 30ha. Então, realmente eles já tinham, através do ITR, e está escrito na Constituição com todas as letras, na verdade, a imunidade. Então, qualquer pessoa que leia a Constituição vai ver que realmente nós não demos nada de novo para as pessoas que moram naquelas regiões, mas eu coloquei a Emenda apenas para que eles não ganhassem um peso a mais.

 

(Não revisado pelo orador.).

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PR nº 074/05.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: O mote do Ver. Todeschini, com o Projeto que apresenta, leva-nos a algumas formas de questionamentos e de perguntas relacionadas com um certo tipo de voracidade de alguns Vereadores na Casa, e não é o caso do Ver. Todeschini. Simplesmente, tomaram conta da agenda, no primeiro dia do ano de funcionamento da Casa, do Plenário, do Plenarião, do Plenarinho, não deixando espaço para os outros Vereadores, e o adiantamento do Projeto para daqui a vários anos pode consagrar inclusive a questão da Extensão Rural. Mas talvez a origem mais imprópria que pudesse ocorrer na questão da Extensão Rural, como diz o Ver. Ibsen, foi termos ido para a extensão urbana, é a questão da origem partidária, pois o Partido dos Trabalhadores foi o primeiro a transformar a nossa Zona Rural em Urbana. O “tecnolês” foi tão injusto com a Língua Portuguesa, Verª Sofia, que conseguiu construir a palavra mais feia que existe, a palavra rururbano, para, inclusive hoje, com a finalidade de cobrança de IPTU e transformação do ITR em IPTU, se fez uma das coisas mais desastradas que se viu dentro do Plano Diretor, e que se quer voltar e ver anulado.

A incoerência foi tamanha que o Ver. Adeli Sell, uma semana depois, entrou com um Projeto criando uma Semana Agrícola na cidade de Porto Alegre. Mas como diz Vinícius de Moraes: “Se é para demolir, por que faz?” Se é para acabar com o rural, para que Semana Agrícola? Pois essa incoerência, essa incongruência, foi motivo de debates aqui na Câmara. E nós, quando pensamos em Extensão Rural, como disse muito bem o Ver. Ibsen Pinheiro, passamos a pensar mais em extensão urbana do que rural.

A questão rural, para nós, hoje, nesta muito pequena ponta de Porto Alegre, de 30%, que é a Zona Sul, é o único lado de escape de extensão. E vamos ver que gostamos imensamente da Zona Sul, da sua produção rural, e tudo, e seria justamente uma das formas de se homenagear a Extensão Rural.

Mas o que achamos que neste ano deva ser uma data, não pode ser estendida para todos os anos daqui para diante. Outros Vereadores virão e terão outro tipo de posição, e nós não gostamos e não queremos mais que haja monopólio do espaço dentro desta Câmara, todo ele decidido nos primeiros dias do ano, e no resto do ano ficamos catando espaços e subespaços para pequenas jornadas, quando se precisa, muitas vezes, de espaço maior, e não o temos, porque foi monopolizado pela voracidade de um ou outro Vereador, fazendo com que esse espaço seja tão mal distribuído, quanto o espaço da Pauta.

A questão do horário tem de ser substituída pela justiça da redistribuição dos espaços de Comunicação e Pauta, com a nossa Cidade, por meio de uma distribuição, como é feita nas Comunicações, e como é feita no Grande Expediente. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PR nº 074/05.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Prezado Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezados colegas Vereadores e Vereadoras, prezado público que nos assiste. Exatamente, Ver. João Dib, estava disposto a não falar, mas, depois das duas últimas intervenções, para o bem de Porto Alegre, sou obrigado a falar.

Quero dizer aqui, com muita clareza, que a posição do Ver. Braz e do Ver. Sebenelo - e uso uma expressão do Ver. Braz: “O debate e o diálogo são importantes para esclarecer à Cidade”. -, dos dois Vereadores que vieram aqui, está politicamente equivocada, do ponto de vista do que nós construímos na cidade de Porto Alegre. Os dois foram construtores do atual Plano Diretor. E quanto ao atual Plano Diretor, volto a dizer, vamos avaliá-lo em breve.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Um minutinho, só, Ver. João Dib. Se eu não puder expressar o meu raciocínio, eu não tenho como lhe dar aparte. Então, diante disso, quero dizer o seguinte: o que nós construímos no Plano Diretor? Nós construímos uma proposta, um conceito de planejamento dos mais modernos em nível mundial. Nós criamos aquilo que é utilizado, hoje, lá no Vêneto, por exemplo, na Emília Romana, onde a produção primária está associada com o desenvolvimento urbano, com a questão do turismo, da cultura, do lazer. E diz o seguinte no Plano Diretor, no seu Capítulo II, no art. 29 - “Macrozona 8 – Cidade Rururbana: área caracterizada pela predominância de patrimônio natural, propiciando atividades de lazer e turismo, uso residencial e setor primário”. Para quem não sabe, setor primário é a agricultura, é a produção de animais, é a produção de suínos, eqüinos, aves, a bovinocultura, a horticultura, a lavoura, a intensiva e a extensiva. Isso é setor primário. E, mais do que isso, é a Lei aprovada por esta Casa, senhores e senhoras. Compreende os núcleos intensivos de Belém Novo, de Belém Velho e Lami, bem como as demais áreas, a partir da linha dos morros da Companhia, da Polícia, Teresópolis, Tapera e Aberta dos Morros. Isso foi aprovado por esta Casa, pelo Ver. Braz! Diante disso, quero dizer que nós construímos; e eu, como Conselheiro que era da Região 8, de Planejamento, e esta Casa votou e aprovou a isenção tributária para todos os produtores primários no que diz respeito aos impostos territoriais urbanos, aos impostos prediais e Taxa de Lixo; ou o que foi votado aqui? Eu não entendo isso.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto, Vossa Excelência, no dia 1º de janeiro, deste ano, jurou cumprir a Lei Orgânica. E a Lei Orgânica no seu artigo nº 212, inciso I, diz assim (Lê.): “Determinação dos limites físicos, em todo o território municipal, das áreas urbanas, de expansão urbana e rurais”. Se a Lei Orgânica diz que tem de ter Zona Rural, o Plano Diretor devia respeitar a Lei Orgânica, ou então, nós deveríamos mudar a Lei Orgânica. Faz cinco anos que eu tento votar o Projeto e não consigo.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Obrigado. Faremos esse debate em breve. Esse debate já foi feito quando aprovado o Plano Diretor, e esta Casa entendeu o contrário. Portanto, não sou eu. V. Exª já fazia parte desta Casa, Ver. João Dib. Eu quero dizer mais do que isso...

 

O Sr. João Antonio Dib: Mas Vossa Excelência está defendendo neste momento, e eu sei que por justiça cumpriria a Lei Orgânica.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: É lógico. Eu defendo conceitos. Eu defendo filosofias, defendo políticas e, diante disso, estamos trabalhando aqui uma questão de conceito, tanto que há o problema da energia elétrica, tiramos uma Comissão nesta Casa, porque o Governo do Estado não quer dar o subsídio. O Presidente da República assinou um Decreto Presidencial dia 28 de novembro, dizendo que há o direito à isenção da energia elétrica. Não é pela sua localização territorial e sim pela atividade que desenvolve e também quem está em Porto Alegre que tem o Sindicato dos Produtores Rurais, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, que é reconhecido pela Farsul e pela Fetag. O que significa isso? Significa que a política que nós estamos desenvolvendo, que desenvolvemos até então, está corretíssima do ponto de vista da visão espacial e a visão estratégica. O Presidente da República assinou esse Decreto isentando todos os produtores primários de Porto Alegre, mesmo estando no espaço urbano, da Taxa de Energia Elétrica. Coisa que a CEEE não cumpriu até agora, por isso nós fizemos uma Comissão Especial desta Casa. Sr. Presidente, aproveito para pedir providência, para que nós, da Comissão Externa Especial, cobremos da Companhia Estadual de Energia Elétrica que se faça cumprir o Decreto Presidencial, que Porto Alegre não cumpre até hoje. O Ver. Sebastião Melo foi quem propôs a criação dessa Comissão.

Portanto, para concluir, essa possibilidade de criarmos a homenagem à Extensão Rural, aos homens e mulheres que trabalham, aos homens e mulheres que produzem e produzem muito para Porto Alegre, também é um reconhecimento superior desta Casa, dentro de um conceito, de um modelo de desenvolvimento. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos a Emenda nº 01, de Liderança, de autoria do Ver. João Antonio Dib, ao PR nº 074/05. (Lê.): “Substitua-se no parágrafo único a palavra ‘anualmente’ por ‘a cada cinco anos’”. Justificativa Da Tribuna.

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para discutir o PR nº 074/05.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, quero dizer que a Emenda do Ver. João Antonio Dib, que acabou de ser apregoada pelo Presidente, torna “redondo”, vamos dizer assim, o Projeto do Ver. Todeschini. E como foi feito em concordância com o autor, e como nenhum dos oradores que falaram anteriormente se manifestaram quanto ao mérito, contrariamente ao mérito, mas basicamente centrado, exatamente no caráter anual da homenagem, tendo concordância do Vereador, parece-me que esta questão está superada e poderemos votar por unanimidade a matéria. No entanto, no que diz respeito ao debate derivado deste Processo, que retoma uma das mais ásperas discussões que esta Casa teve na discussão do Plano Diretor, que me parece, Ver. Luiz Braz, já debatemos várias vezes sobre este tema, e como não estamos mais há cinco anos, já vivemos a experiência concreta, vivida do Plano Diretor. Por isso, inclusive muitos atores que, à época, não se manifestaram, nos últimos um ano e meio, dois anos, têm-se manifestado fortemente na sociedade em relação ao Plano Diretor, parece-me que inclusive questões que não estavam previstas na aplicação concreta do Plano começaram a ganhar muito maior relevância do que questões que, à época, acho que de forma muito lisa, vários Vereadores levantaram, como a de que o fim, a superação conceitual da idéia de área rural iria acarretar... Duas coisas, basicamente, eram denunciadas: primeira, uma explosão imobiliária na Zona Sul; segunda, iria acarretar, na verdade, um processo de ampliação dos impostos cobrados por aqueles moradores que executam produção primária que, por conseguinte, acabariam tendo que terminar com a produção primária e, portanto, em decorrência disso, terem que lotear as suas áreas, o que acabaria também alimentando a primeira objeção. Nenhuma das duas aconteceu, apesar de que é evidente que há um processo de expansão imobiliária para aquela Região, e essa precisa ser avaliada com cuidado por esta Casa. Agora, a segunda, em relação a que haveria uma fúria tributária, ela, realmente, passados cinco anos, se há cinco anos isso era um receio justo, hoje eu diria que não é adequado. Porque, Vereador, V. Exª lembrou bem que fez uma Emenda, mas fez uma Emenda a um Projeto de origem Executiva, que já tinha como natureza, como objetivo, exatamente assegurar a todos os produtores rurais da Região Sul, da Cidade, que não seria cobrado um único centavo de IPTU. Então, essa posição, Ver. Luiz Braz, unifica V. Exª e a oposição à época e unifica aqueles que sustentaram o conceito do Plano Diretor. Por isso quero dizer...

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)

 

O SR. GERSON ALMEIDA: O seu aparte engrandece o meu pronunciamento, Vereador.

 

O Sr. Luiz Braz: Ver. Gerson, se V. Exª lembrar, o texto é original, deixava o IPTU, o imposto daquela época, um imposto bem baixo. Mas não havia, na verdade, a isenção. A isenção foi dada por meio da Emenda, e foi dada exatamente para acompanhar aquela imunidade que já havia no caso do ITR. Então, como nós não temos na antiga Zona Rural, agora Zona Rururbana, propriedades maiores do que 30ha, ou pelo menos não temos muitas propriedades, é claro que fica praticamente quase que tudo isento por lá.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: O seu aparte reforça, recupera alguns elementos, mas reforça a minha intervenção. E eu diria mais, Ver. Luiz Braz, não apenas trocou aquilo que era imunidade por isenção, ampliou, inclusive, a abrangência da isenção. A isenção, hoje, é maior do que era a imunidade anteriormente. Então, veja que, passados cinco anos, recuperar o discurso da forma como foi feito há cinco anos, parece-me que é tirar o foco das questões que realmente precisam ser reavaliadas no Plano Diretor, à luz de cinco anos vividos e à luz de um novo sujeito, de uma nova voz que passou a ser verbalizada nesse período, que é a voz de várias comunidades organizadas da Cidade que estão com uma opinião muito reticente, muito crítica às conseqüências que alguns mecanismos do novo Plano Diretor acabaram realizando, como uma excessiva verticalização e uma excessiva concentração imobiliária em algumas áreas.

Esta é, pelo menos, a discussão e o conteúdo da discussão que várias comunidades têm trazido. E parece-me que a Câmara de Vereadores deve, sem dúvida nenhuma, trazer, incorporar esse novo sujeito, que, à época, não tinha voz, não estava suficientemente organizado e que agora deve compor uma solução para a revisão desse Plano. Parece-me, Vereador, que o maior problema não está na área rural, apesar de que realmente essa questão da expansão imobiliária deve ser vista com cuidado pela Câmara.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Gerson, apenas para dizer o seguinte: eu vou votar favoravelmente ao Projeto do Ver. Todeschini, com a Emenda apresentada pelo Ver. Dib, que já foi aceita pelo Ver. Todeschini, porque assim dá tempo para que nós possamos fazer revisões em cima dessa área.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Gerson Almeida, a rururbana foi criada para se cobrar IPTU, mas a incompetência administrativa da Prefeitura a levou a enviar um Projeto a esta Casa, e nós o aprovamos, para que fossem cancelados os lançamentos de IPTU.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Ver. Dib, respeito muito V. Exª, mas quero afirmar categoricamente que isso não é correto, porque, à época, eu era Secretário do Meio Ambiente, e fui designado pelo Prefeito para coordenar a equipe que montou esse Projeto. E era compromisso, desde antes, que não haveria cobrança de IPTU sobre aquela área. Essa foi uma posição consolidada e unânime do Governo e teve a concordância e unanimidade da Câmara. Quero dizer isso categoricamente, mas respeito V. Exª, porque chegamos ao mesmo caminho por opiniões distintas. Agradeço pelo seu aparte e peço voto a todos no Projeto do Ver. Todeschini, com a Emenda do Ver. Dib.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza solicita verificação de quórum. Há dois Vereadores inscritos. Se o Ver. Haroldo de Souza concordar que os dois Vereadores inscritos falem, eu submeterei a verificação de quórum ao Plenário logo após, senão agora. Solicito a abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Quinze Vereadores presentes, há quórum para discutirmos a matéria.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PR nº 074/05.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e também pela TVCâmara, quero saudar a todos. Estava lendo o Projeto do nobre colega, Ver. Carlos Todeschini, que destina Sessão Solene alusiva à comemoração no aniversário da Extensão Rural do Rio Grande do Sul a ser realizada anualmente, no dia 2 de junho, ou em data imediatamente posterior. Uma Sessão Solene para a Extensão Rural do Rio Grande do Sul! Não sei qual é a data. Sinceramente, li a justificativa e senti bastante dificuldade para entender o que o Ver. Carlos Todeschini quer com este Projeto.

Há muito tempo, o nosso País não tem uma política agrícola, não é de hoje. Dos últimos Governos que passaram por este Rio Grande, se há um Governo que esta Casa tem que reconhecer, que teve uma política agrícola para o nosso Estado, chama-se Dr. Alceu de Deus Collares. Com o Programa de Troca-Troca e Condomínios Rurais, ele recuperou vários Municípios do nosso Rio Grande, que estavam praticamente liquidados, não tinham economia para sobrevivência, e com esse Programa o Governo Collares conseguiu recuperar a credibilidade e a agricultura do nosso pequeno e médio produtor.

Eu ouvi um Vereador dizer, há pouco, que a Câmara criou mecanismo para o melhor controle da nossa área – parece-me que foi o Ver. Todeschini -, eu acho que não. Pois, quando aqui se travou uma discussão ampla entre os segmentos, principalmente os da área agrícola da nossa Grande Porto Alegre, creio que esta Casa cometeu um grande equívoco. Eu disse, várias vezes, desta tribuna – e repito, caro colega Ver. Todeschini – que com a retirada da palavra “rural”, tão curtinha, nós enfrentaríamos problemas futuros. Por exemplo, o incentivo que esta Casa deu retirando a Taxa do IPTU, os produtores querem muito mais do que isso, essa ajuda foi muito pouca para o que eles representam para a nossa área produtiva. A prova veio logo, não faz muito dias que, por haver retirado a palavrinha “rural”, perdeu o incentivo da CEEE, por um Decreto da Aneel. O que faltou é que a Casa, Ver. Comassetto, não mapeou. Eu fui, com alguns Vereadores, à CEEE e colocamos a situação enfrentada por nossos produtores aqui em Porto Alegre, e o setor competente da CEEE, na oportunidade, informou-nos que a CEEE não tinha sido informada, porque a área produtiva não foi mapeada, e como a CEEE não tinha esse mapeamento na nossa área produtiva, não havia outra saída senão aplicar a Medida Provisória. Porque, neste País, administra-se com tanto Decreto, com tanta Medida Provisória que a gente acaba não entendendo nada. E, com tudo isso, perderam o incentivo da CEEE.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª sabe, trouxemos aqui e aprovamos inclusive aquela Moção, já existe o Decreto presidencial assinado garantindo esse direito, basta nós implementarmos. V. Exª é aliado para que seja implementado isso. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mario Fraga inscreve-se e cede seu tempo ao Ver. Ervino Besson para discutir o PR nº 074/05.

 

O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, meu querido colega Ver. Mario Fraga. Ver. Comassetto, eu ouvi um Vereador falando, aqui, que o Governo do Estado não está querendo, enfim, não há vontade política para que incentive o nosso produtor. Eu não ouvi isso do nosso Governador! O Governador Germano Rigotto é um homem de Caxias do Sul, uma Região amplamente produtiva, e que conhece muito bem a nossa agricultura. O Governador Germano Rigotto, além de conhecer, tem familiares que são agricultores. Portanto, gostaria de ouvir isso do Governador. E nós sabemos que quando há uma lei, Ver. João Antonio Dib, V. Exª que conhece muito essa área, que se cria tributos ou impostos para retirar, há problemas legais. Nós sabemos disso! Portanto, quem criou esse problema? Não foi o Governador. Foi a Casa, foram os Vereadores, eu estou fora, porque eu alertei e tenho fotos de que eu não era Vereador nesta Casa e há alguns Vereadores nessas fotos. O Ver. João Antonio Dib, o Ver. Luiz Braz estavam na reunião que nós fizemos numa área produtiva, no Campo Novo. Eu tenho as fotos no meu gabinete. Eu sei que o Ver. João Dib foi contra. O erro que a Casa cometeu foi a retirada da palavra “rural”. E criou-se toda essa problemática, está-se criando hoje e não conseguimos resolver ainda. Agora, eu ouvi, também, um Vereador aqui falar para o bem de Porto Alegre. Eu acho que nenhum Vereador ou Vereadora quer o mal desta Cidade, ninguém! Ninguém quer o mal desta nossa querida Porto Alegre! Nós queremos, sim, o bem da Cidade. Mas nós queremos estar juntos para resolver os problemas dos nossos produtores. Porto Alegre é a única Capital do País que tem ainda um cinturão verde, uma área produtiva. Heróis produtores, com toda a dificuldade ainda conseguem produzir, meu caro, Ver. João Antonio Dib. Mas, graças a esta Casa,e quero reconhecer que também o trabalho da Prefeitura Municipal, a SMIC - o próprio Ver. Adeli Sell, quando foi Secretário da SMIC – deu-nos um amplo apoio para, juntos, recuperarmos a credibilidade do nosso produtor aqui de Porto Alegre. Portanto, fica aqui este meu pronunciamento e temos certeza de que vamos resolver, sem dúvida nenhuma, o problema da Taxa de Luz dos nossos produtores. No ano passado, deu para sentir que eles estavam incentivados, eles se sentiram de uma forma valorizada, porque, meu caro colega, Ver. Todeschini, venderam os seus produtos. Não se viu nenhum desses produtores de pêssego, de ameixa, enfim, de toda a linha de hortifrutigranjeiros, perderem toneladas como perderam em outros anos, porque tiveram o acompanhamento desta Casa, e a colaboração do Executivo Municipal. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PR nº 074/05, por cedência de tempo da Verª Sofia Cavedon.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, assistência do Canal 16, eu solicitei este tempo, porque me cabe fazer alguns esclarecimentos. Quando nós tivemos a iniciativa de propor essa Sessão Solene, e pelas razões e os motivos já alegados anteriormente, dada a importância da Extensão Rural no Rio Grande do Sul, trabalho e serviço esses executados pela ASCAR e Emater, nós o fizemos em função dos 50 anos de Extensão Rural no Rio Grande do Sul, que teve um processo dramático também, o Rio Grande do Sul entrou depois no processo de extensão rural. E eu também sou funcionário de carreira da Emater, uma empresa pública que, conforme nós mencionamos anteriormente, presta assistência técnica, assiste ao crédito rural, desenvolve e aplica tecnologia, etc. E nós somos 30 parlamentares eleitos em todas as Câmaras do Rio Grande do Sul. Ver. João Dib, há Vereadores e Prefeitos do seu Partido, o PP; Prefeitos e Vereadores do PMDB; Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores do PDT – isso em função do trabalho prestado às comunidades.

E essa Sessão proposta acontecerá em várias Câmaras do Rio Grande do Sul. É muito importante que ela aconteça. Nós já chegamos a um consenso em relação a isso. Eu tenho acordo, com a Emenda apresentada pelo Ver. João Dib, de se fazer de cinco em cinco anos, a partir da comemoração do Cinqüentenário da Extensão Rural no Rio Grande do Sul, como uma data marcante e importante, porque a Extensão precisa ser vista, precisa ser conhecida, precisa ter mais domínio dos meios de comunicação e das autoridades. E é esse o objetivo.

Inclusive, o Presidente da Empresa, o Engenheiro Agrônomo Caio Tibério da Rocha, faz parte dos quadros do PMDB, assim como há pessoas que fazem parte dos quadros do PP, como, por exemplo, um Assessor Técnico que é o primeiro Suplente de Deputado Federal e estaria ocupando uma vaga na Câmara Federal, a partir da promoção do Deputado Federal Nardes, para o Tribunal de Contas da União. Ou seja, o Deputado Suplente assume a vaga do seu Partido.

Então, eu venho aqui para dizer que se trata de um Projeto em defesa de uma Instituição, que é o Serviço de Extensão Rural do Rio Grande do Sul, que tem prestado muito apoio e que tem sido muito importante para o Rio Grande do Sul, para os gaúchos e para a população de todos os Municípios.

Eu me inscrevi para vir aqui dizer que não se trata de um Projeto de um Partido ou uma alternativa de alguém em particular, mas, sim, de um Projeto discutido e orientado em defesa de uma Instituição que dispensa comentários quanto a sua importância para o desenvolvimento estratégico de nosso Estado e de todas as nossas cidades. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a discussão. Em votação o PR nº 074/05. (Pausa.)

 

A SRA. MARIA CELESTE: Faço um Requerimento para que se proceda à verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicito a abertura do painel para que os Vereadores registrem as suas presenças. (Pausa.) Há 17 Vereadores presentes. Nesta fase do processo é necessária a presença de 19 Vereadores. Portanto, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h33min.)

 

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